Representação em frases

Vila do Corvo, excerto 48

LocalidadeVila do Corvo (Corvo, Horta)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Feliciano

Texto: -


[1]
INF Aquela vez mais o meu pai, aqui fora.
[2]
[pausa] Havia aqui uma atafona, aqui perto.
[3]
Nós éramos donos da atafona.
[4]
Ela era de muitos,
[5]
era de [vocalização] vinte talvez e não sei quantos.
[6]
A atafona, com falta de ser retelhada, estava chovia muito dentro dela.
[7]
[pausa] Chamam os donos da atafona para ela ser retelhada.
[8]
Retelhada agora A gente chama retelhar é [vocalização] a telha por cima, [pausa]
[9]
INF limpá-la e [vocalização] e deitá-la a modo de não chover dentro dela.
[10]
O Fídias, irmão do Felício, e outro companheiro não sei quem foi [pausa] retelhou metade da atafona, e o outro pessoal, a outra metade.
[11]
Agora o que tinha retelhado metade ou ou a quarta parte da, da, da da atafona não tinha feito o seu quinhão bem feito.
[12]
E outros, a maior parte deles estavam deitados na no caminho à sombra, sem mexerem em nada.
[13]
Quando foi no fim, [pausa] um [vocalização] um homem que morava aqui em baixo, em frente à igreja, ajunta aqueles bocados de telha [pausa] que não prestavam,
[14]
mete-os num cesto
[15]
"Ó Fídias, [vocalização] vai ao tio Fiel que está bem descansado.
[16]
Eu retelhei metade da atafona mais fulano,
[17]
e o tio Fiel tem estado deitado sombra.
[18]
Vai a botar fora que também lhe toca".
[19]
"Tu és é malandro"!
[20]
"Malandro do tio Fiel".
[21]
Ora, o Fídias também tinha pouca paciência, o o Filémon muita menos do que o Fídias, zaragata para baixo.
[22]
Meu pai, ele também não não gramava o Filémon:
[23]
"Ó Fídias, o cesto de quem é"?
[24]
Conhecia o cesto bem.
[25]
"O cesto de quem é"?
[26]
"É meu".
[27]
"Vira a telha no meu tabuleiro
[28]
e vai-te embora".
[29]
Ora, o moço não quis mais nada.
[30]
O moço, novo, ele tinha uns quinze anos o ma-, o m- o máximo que podia ter.
[31]
Vira a telha no caminho
[32]
e anda para , para aqui.
[33]
[pausa] Vem o velho não sei de aonde, quando chegou aqui sabia de tudo.
[34]
[pausa] Meu pai sentado aqui aqui fora ao da canada.
[35]
[pausa] "Se eu tinha chegado aqui e o indivíduo pondo a telha acolá, ele tinha levado com a bengala".
[36]
E pega.
[37]
[pausa] Ora, foi o tal
[38]
Estava um padre aqui que era do Faial, o padre Fileu,
[39]
[pausa] vinha o irmão com ele, porque vinham para aqui todos os dias também fazer serão.
[40]
Estavam morando naquela casa em baixo, onde é de, de agora de turismo eu não sei se conhecem? , [pausa] por baixo da igreja.
[41]
INF Eu vinha, o [vocalização] Meu pai tinha o peito mais forte do que o pai do Felício.
[42]
Estava em casa dele, ouvindo os berros da, da do Filinto aqui.
[43]
" viste,
[44]
é o Filinto,
[45]
ele que é que tem"?
[46]
Vinha por fora, eles pegados aqui.
[47]
Uma vizinha daqui, casada de pouco tempo
[48]
A Francelina está ele [pausa] na Terceira ou em São Miguel?
[49]
Não sabes onde é que está?
[50]
INF Está bem para anos!
[51]
[pausa] Estava casada de pouco tempo m-.
[52]
"Eles têm sido bem amigos,
[53]
a amizade deles acabou-se".
[54]
INF "Da maneira que eles estão acolá, não mais [pausa] mais amizade".
[55]
[pausa] Acabando a turra, cada um para sua casa.
[56]
[pausa] O meu veio para dentro,
[57]
esteve-se lavando,
[58]
estivemos comendo,
[59]
acaba de comer, para aqui.
[60]
Minha mãe Deus te o céu: "Ah!
[61]
Cara sem vergonha Jesus! acabaste de sair da turra com aquele homem
[62]
e agora vais para casa dele"?
[63]
"Não lhe tenho mal a ele nem ele a mim"!
[64]
Risos Eram assim.
[65]
E o O Felício está .
[66]
Ele passava Talvez não se passava semana nenhuma que eles não se pegassem .

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