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Costa do Lajedo, excerto 27

LocalidadeCosta do Lajedo (Lajes das Flores, Horta)
AssuntoOfícios, profissões e outras actividades
Informante(s) América

Text: -


[1]
INF Dia ordenhar as vaquinhas, que o meu homem não podia era mui doente.
[2]
Eu dia ordenhar as vacas duas vezes no dia.
[3]
E era a- acolá em cima, bem acolá em cima, naquele cabeço em cima, às vezes alguns dias.
[4]
Um dia eu tenho contado isto grandeza de vezes , quando se fez aquele palheiro ali, eu que é que faço?
[5]
Eu tinha Estavam homens chamados para vir para o palheiro.
[6]
Eu não tinha pão cozido
[7]
naquele tempo não se com- não havia pão para comprar.
[8]
Eu faço:
[9]
escaldo o meu pão era pão de milho ,
[10]
escaldo o meu pão,
[11]
faço o meu fermento,
[12]
vou ordenhar as minhas vacas.
[13]
Venho para baixo
[14]
vim cozer o pão [pausa] para o jantar.
[15]
Botei jantar a cinco homens em casa
[16]
e fui levar a dois, que estavam sachando milho em baixo na terra.
[17]
E vou à tarde outra vez para o mato.
[18]
Não foi um dia bem dado?
[19]
INF Foi um dia bem dado!
[20]
E como a este, muitos outros!
[21]
E como a este, muitos outros, porque ele também não podia muito e eu também não esperava por ele.
[22]
INF E às vezes [vocalização] embebia-me no tear.
[23]
Eu cheguei a ter o tear aqui, armado aqui.
[24]
E ele di- Ele estava na cama
[25]
e el- e ele dizia: "Não fazes conta mesmo de te vires deitar hoje"?
[26]
Que eu estava, eu estava e dia estando e dia estando.
[27]
E ele dizia: "Na roda não me estrova nada.
[28]
A roda de- até adormece a gente".
[29]
Mas o tear é uma baldeirada agora, outra logo
[30]
[pausa] Que às vezes que se espantava até!

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