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Gião, excerto 8

LocalidadeGião (Vila do Conde, Porto)
AssuntoO linho, a lã e o tear
Informante(s) Cunegundes

Text: -


[1]
INF Quando se estava com com os brônquios a [vocalização] atacados, nós levámos muitas vezes disso.
[2]
INF É papas de linhaça.
[3]
E eu bocado não me lembrava:
[4]
a semente chamava-se a linhaça.
[5]
INF Mas eu, por isso, eu,
[6]
INF a senhora dona Custódia não estava,
[7]
e eu estava,
[8]
digo eu assim:
[9]
"Ai, meu Deus!
[10]
Eu tenho tantas dificuldades"
[11]
INF Não.
[12]
INF Baganha do milho, do, do o do vinho!
[13]
A baganha do vi-, de das uvas.
[14]
INF Aquela baganha que a gente depois punha às vezes a secar,
[15]
INF cai fica no fundo das pipas, das das dornas,
[16]
INF e a gente tira-a daquilo
[17]
e depois até dava às galinhas e assim.
[18]
E dantes até se mandava moer em casa.
[19]
Mandava-se moer para barrar as, as as coisas dos porcos, as as peças.
[20]
Que a gente matava os porcos
[21]
e depois quando se tirava, depois de barrar aquilo com aquela com aquela coisa do vinho aquela
[22]
Mandava-se moer aquela far- aquela baganha.
[23]
INF E ficava aquela
[24]
Ficava farinha assim [vocalização] forte, não é?
[25]
E [vocalização] E a gente punha sempre num bocadinho de vinho,
[26]
e fica- fazia aquelas papas com um bocadinho de pimenta,
[27]
e untava aquela as peças da carne todas
[28]
que era para depois ir para o fumo.
[29]
INF Aqui até não se punha muito ao fumo.
[30]
Punha-se aqui pendurada a cozinha era grande
[31]
e a gente pendurava em cima num- numa trave,
[32]
INF engalhadas num num coiso de arame,
[33]
e estavam ali penduradas.
[34]
E usava-se a isso:
[35]
essa, e essa essa farinha, essa baga-.
[36]
A baganha era para isso.
[37]
Punha-se a secar
[38]
e no fim ia para o moinho.

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