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Gião, excerto 35

LocationGião (Vila do Conde, Porto)
SubjectA caça
Informant(s) Cosme
SurveyALEPG
Survey year1993
Interviewer(s)Manuela Barros Ferreira Luísa Segura da Cruz
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

Text: -

[1]
INF É visco.
[2]
INF Isso não é para caçar pássaros.
[3]
É exclusivamente para pintassilgos.
[4]
Não caem todos os pássaros.
[5]
INF É.
[6]
Isso é usado na caça aos pintassilgos.
[7]
INF E sabe como é posto?
[8]
INF É posto numa palheirinha.
[9]
Conversa entre uma criança e a avó a propósito de uma caixa de música que está a tocar Ó Héracles, vai, vai, vai.
[10]
Tira isso,
[11]
tira, porque aqui não mete música.
[12]
INF [vocalização] Hoje apareceu aí um gaita aqui.
[13]
Risos da criança A gaita apareceu aí a tocar
[14]
e eu:
[15]
"Lá vem o Zé da gaita ".
[16]
INF Ora, estávamos aonde?
[17]
Ah, o visgo.
[18]
INF O visgo é po- posto numa palheira, numa cana de trigo ou assim, [pausa] que depois se se enfia dum lado nas, num num pauzinho dum arbusto, ou numa coisa dessas onde eles costumam pousar.
[19]
INF Não é posto…
[20]
O visgo não é posto no chão nem…
[21]
É numa palheira.
[22]
INF É.
[23]
E é usado para a caça…
[24]
INF Porque a palheira é mais própria para aquilo
[25]
e porque eles gostam mais de se pousar nas palheiras.
[26]
INF Depois a palheira é muito lisinha,
[27]
é fácil adaptar o visgo.
[28]
Se bem que eu nunca usei.
[29]
Mas sei perfeitamente que funciona.
[30]
INF Esses, esses Esses aviários têm todos visgo para vender.
[31]
Agora até até há um visgo que se vende numas latinhas .
[32]
Parece aquelas latas da pomada dos sapatos.

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