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Granjal, excerto 6

LocalidadeGranjal (Sernancelhe, Viseu)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Élia

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[1]
INF Eu ainda hei-de perguntar à Elsa.
[2]
Porque era:
[3]
aquele livro tinha muitas histórias antigas.
[4]
Parece que era:
[5]
chamavam-na [pausa] a dona
[6]
[pausa] Nem sei que nome.
[7]
Agora nem me lembra!
[8]
[pausa] Estava a filha
[9]
[pausa] Estava a mãe sentada à porta.
[10]
[pausa] Nem sei como é que a ele chamavam.
[11]
Eu hei-de perguntar à Elsa se tem no tal livro.
[12]
[pausa] Antigo!
[13]
[pausa] A minha tia lia aquelas histórias.
[14]
Lia aquelas histórias, uma coisa muito bonita, não é?
[15]
E depois a filha estava [pausa] a filha estava
[16]
A mãe estava assentada à porta.
[17]
Chegou um passageiro
[18]
e pediu pousada.
[19]
[pausa] Pediu pousada
[20]
mas combinou com a mãe da moça para lhe dar a filha.
[21]
[pausa] E ao outro dia
[22]
Com-, ela com- A mãe combinou com ele para para a filha lhe ir ensinar o caminho.
[23]
Ao
[24]
outro dia levantou-se e disse: "Pega, minha filha, na roca e no linho,
[25]
vai com o triste cego ensinar-lhe o caminho".
[26]
[pausa] A moça [pausa] pegou na roca
[27]
e foi ensinar o caminho ao cego.
[28]
chegou uma certa altura que lhe disse ela assim: "Agora, fica o caminho
[29]
O caminho está seguido.
[30]
Adiante cego que vai o caminho".
[31]
E ele disse-lhe assim: "Ande menina até mais além,
[32]
sou curto de vista,
[33]
não vejo bem".
[34]
A mocinha foi até mais além.
[35]
Quando viu que ela que não podia tornar para trás, que não lombrigava a casa da mãe, [pausa] ficou a ver pois ele não era cego;
[36]
ele tinha combinado com a mãe para a filha para lhe dar a filha.
[37]
[pausa] Afinal, ficou.
[38]
foi a moça.
[39]
Depois dizia então: "Adeus minha mãe,
[40]
adeus minha meu palácio,
[41]
foi uma ingrata para mim"!
[42]
Porque foi à falsa.
[43]
Foi falsa à filha.
[44]
E depois nunca mais viu a mãe.
[45]
[pausa] Também é fraca mãe, não era verdade?
[46]
INF Sem combinar com a filha, nem nada,
[47]
e, e e: "Pega, minha filha, na roca e no linho,
[48]
vai com o triste cego ensinar-lhe o caminho".
[49]
[pausa] A mocinha fez o que a mãe lhe mandou.
[50]
[pausa] Quando chega longe, ela disse-lhe: " Adiante cego,
[51]
vai o caminho"!
[52]
E ele disse-lhe: "Ande menina até mais além.
[53]
Sou curto de vista,
[54]
não enxergo bem".
[55]
Porque ele lembrava-se que ela que tornava para trás.
[56]
Depois não tornava que depois não sabia
[57]
e ele a agarrou,
[58]
foi.
[59]
Afinal das contas que a minha a minha [vocalização]
[60]
Eu hei-de ir a casa da Elsa
[61]
[pausa] e hei-de perguntar-lhe se tem esse livro.
[62]
Que é um livro muito antigo e tinha muitas histórias bonitas.
[63]
Eu hei-de ir.
[64]
Hei-de ir a casa da Elsa.
[65]
Porque [vocalização] a minha tia tinha aqueles livros na mesa
[66]
e depois ela, quando a tia morreu, ela
[67]
A irmã deu-lhe a mesa, consoante o que havia,
[68]
levou para, para o para o irmão.
[69]
Ele levou
[70]
e se tem esse livro, que não deram por cabo dele, eu hei-de-lhe pedir.
[71]
Porque tem coisas muito antigas!
[72]
INF Eu hei-de ir.
[73]
Se calhar até vou por ali.
[74]
Vou por ali,
[75]
vou a casa dela.
[76]
Eu vou a casa dela.
[77]
E procuro-lhe.
[78]
Se ela tiver o livro, [pausa] porque era era um livro com
[79]
A minha tia, pronto, é como ela.
[80]
se entretinha,
[81]
lia aquelas aqueles livros antigos, aquelas histórias, não é?
[82]
Agora eu nunca li.
[83]
Lia
[84]
Eu lia
[85]
mas ele depois assim que me casei depois não tinha vagar não era? ,
[86]
não tinha vagar de ler, nem coisíssima, nem escrever.
[87]
Deixei esquecer tudo.
[88]
O mais, eu aquilo sabia ler
[89]
e escrevia e aquilo.
[90]
Mas depois a minha vida era trabalhar, trabalhar, trabalhar.
[91]
Pronto, esqueceu tudo.
[92]
E minha tia lia aqueles livros.
[93]
E ela também.
[94]
Porque ela também lia e, tudo aquilo,
[95]
sabe-as.
[96]
Eu é que não.
[97]
[pausa] Mas eu vou-lhe .
[98]
Se estiver o livro, ela para .
[99]
E depois lêem
[100]
e sabem.

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