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Granjal, excerto 25

LocalidadeGranjal (Sernancelhe, Viseu)
AssuntoA saúde e as doenças
Informante(s) Ercília Elina

Text: -


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[1]
INF1 Pois.
[2]
E depois iam botar ao rio?
[3]
INF1 Pois.
[4]
Ah!
[5]
Mas a gente Mas [pausa] a gente
[6]
INF1 [vocalização] Diz-se Diz que para o lado de Tondela costuma costumam pôr num púcaro e irem botar a ferver dentro do púcaro [pausa] essas coisas.
[7]
Nós , não.
[8]
Nós , não.
[9]
Nós , [vocalização] depois do fumadoiro, vai-se botar à ribeira.
[10]
Ao rio, não é?
[11]
INF2 Pois.
[12]
INF1 Ao rio.
[13]
A gente volta as costas
[14]
não olha para aquilo.
[15]
A gente leva as coisas de atalhar o ar num, num num púcaro ou num [vocalização] numa tigela, em qualquer coisa.
[16]
A gente chega ,
[17]
vira para trás,
[18]
toca a andar para casa.
[19]
INF2 Pois.
[20]
INF1 Tudo, vai tudo para a para o rio.
[21]
Tudo o que fica vai para o rio.
[22]
É quando o ar larga.
[23]
Que é:
[24]
dizem que o ar que foge.
[25]
Quando a gente vai botar aquilo, vai o ar junto.
[26]
INF1 Não, minha senhora.
[27]
É [vocalização] É [pausa] qualquer coisa mau que às vezes passa por a gente.
[28]
INF2 Pois é.
[29]
INF1 Qualquer coisa.
[30]
INF2 É vento!
[31]
INF1 Uma encruzilhada.
[32]
Uma encruzilhada é muito perigosa!
[33]
[vocalização] A senhora sabe o que é uma encruzilhada ainda melhor do que eu.
[34]
INF1 De caminhos.
[35]
É isso é perigoso.
[36]
[vocalização] É que a gente até quando passa nesses caminhos deve dizer assim: "Deus me salve,
[37]
salve-me Deus!
[38]
Deus me salve,
[39]
salve-me Deus"!
[40]
Três vezes.
[41]
É muito bom a gente dizer: "Deus me salve,
[42]
salve-me Deus!
[43]
Deus me salve,
[44]
salve-me Deus"!
[45]
É muito bom por causa de
[46]
não nada.
[47]
INF2 Pois.
[48]
Pois é
[49]
INF1 não nada.
[50]
INF2 Eu tive um filho [pausa] que esteve uma porção de meses
[51]
Morre agora,
[52]
acaba logo
[53]
INF1 Embaçados.
[54]
Então embaçados,
[55]
enquanto a gente os não curar, não saram.
[56]
Pode a gente gastar dinheiro com o doutor.
[57]
INF2 E se ele
[58]
INF1 Pois.
[59]
INF2 Vinha um à noite vê-lo porque era o pai, que estava aposentado.
[60]
INF1 Pois.
[61]
INF2 E vinha o senhor doutor Erasmo de dia.
[62]
Mas dantes não não receitavam injecções.
[63]
INF1 Pois não.
[64]
Não era
[65]
INF2 Era [pausa] ventosas.
[66]
INF1 Era.
[67]
E olhe que não era mais mau.
[68]
Eram boas.
[69]
INF2 Ventosas.
[70]
Receitavam aquelas ventosas.
[71]
Mas nem tinha donde se lhe poder podia pôr.
[72]
INF1 Pois não.
[73]
INF2 Aquela Aquela carne tostada daquela ventosa.
[74]
Depois rebenta a carne, assim, dentro da ventosa.
[75]
INF1 Elas rebentavam,
[76]
elas enchiam.
[77]
INF2 E depois tiravam, porque era para puxar aquela aquele .
[78]
INF1 A dor fora.
[79]
Aquela porcaria fora.
[80]
INF2 Enquanto não fomos a um bento, [pausa] o rapaz secava-se.
[81]
[pausa] O doutor não dava com o remédio, com com a doença.
[82]
Como é que havia de dar?
[83]
Não dava.
[84]
[pausa] O homem, assim que chegou, disse assim o meu Epaminondas
[85]
Disse-lhe o meu Epaminondas
[86]
E eu cuidei que
[87]
Era no tempo das castanhas, que andavam as raparigas, que lhe dessem alguma mistela.
[88]
E ele estava doido.
[89]
Não dizia coisa com coisa, com a febre,
[90]
não dizia coisa com coisa.
[91]
[pausa] "O seu filho não foi nada que lhe fizeram!
[92]
Sabe o que foi?
[93]
[pausa] Foi a guardar umas vacas".
[94]
É por isso que ele invoca um espírito
[95]
e o espírito é que lhe diz para ele o que é e o que é que não há-de fazer.
[96]
[pausa] O que é que é?
[97]
pessoas médias.
[98]
INF1 Pois .
[99]
INF2 Eu não.
[100]
INF1 A minha menina, a minha neta

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