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Granjal, excerto 29

LocalidadeGranjal (Sernancelhe, Viseu)
AssuntoA saúde e as doenças
Informante(s) Elina Ercília Emanuel

Text: -


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[1]
INF1 Pois é.
[2]
Oh!
[3]
INF2 E a vida de Cristo é muito linda
[4]
e tem muita coisa que contar.
[5]
INF1 Olhem eu, eu é que quero crer.
[6]
INF2 Eu também.
[7]
INF1 Sou meia meia feiticeira.
[8]
INF1 Sim, feiticeira, não.
[9]
Sim, crendeira.
[10]
INF2 Crente, é crente.
[11]
INF1 Crendeira.
[12]
INF2 É crente.
[13]
INF1 Quando for a saber num ar, ou num quebranto, ou num olhado, coisa assim.
[14]
Se me ensinarem isto ou aquilo para fazer
[15]
Mal, não.
[16]
Isso então desisto.
[17]
Agora pela minha saúde, eu vou.
[18]
Vou até
[19]
Nem sei!
[20]
Ao cabo do mundo.
[21]
INF2 Ao cabo do mundo.
[22]
Coitadinha!
[23]
INF1 Sabe onde é que outro dia fomos?
[24]
[pausa] Longe, longe, longe, que eu estava cheia de andar, andar.
[25]
INF2 Ai foi?
[26]
INF3 Foi.
[27]
INF1 Ao padre?
[28]
INF2 Encontrou-se Encontrou-se melhor?
[29]
INF1 Oh!
[30]
Na mesma.
[31]
INF2 Pois é.
[32]
Isso a coisa assim não
[33]
Bem
[34]
INF1 Ele disse assim
[35]
INF2 Ele, pode ser
[36]
INF1 Ai, havia tanta gente, tanta gente, tanta gente!
[37]
INF1 Que aquilo
[38]
INF2 Que é um padre.
[39]
INF3 Que é , é é É ali para o de
[40]
INF1 É para de Celorico.
[41]
INF2 É para de Celorico.
[42]
INF3 É para o lado ali para o lado de Penamacor.
[43]
INF1 Para de Celorico.
[44]
INF3 Diz que é ali para o de .
[45]
INF2 Diz que têm sarado muita gente, mas
[46]
INF3 É um padre,
[47]
é um padre.
[48]
INF2 Diz que é mesmo um padre.
[49]
INF1 Mas era um padre.
[50]
INF3 É um padre.
[51]
INF2 Que era mesmo um padre.
[52]
INF3 Ele esteve no Ultramar.
[53]
INF1 E depois
[54]
INF3 E no Ultramar foi preso pelas tropas.
[55]
INF1 E ele
[56]
INF3 Porque ele diz que curava muita gente,
[57]
fazia muito mesmo.
[58]
Fazia muita coisa,
[59]
curava muita gente.
[60]
E depois prenderam-no.
[61]
Prenderam-no,
[62]
tiveram-no preso muito tempo.
[63]
Mas ele mesmo preso que dizia: "Podem-me fazer o que quiserem,
[64]
porque todo aquele doente que vier ao da minha porta e eu puder"
[65]
INF2 "Que venha com ".
[66]
INF3 "Que venha com ,
[67]
eu curo-o
[68]
e ele vai-se embora curado".
[69]
INF2 Com .
[70]
Pois.
[71]
INF3 Então começaram a levar cli- clientes.
[72]
Para verem o senhor padre.
[73]
INF2 No Carnaval muita gente!
[74]
INF3 E ele agarrava
[75]
[pausa] Vinham para fora curados.
[76]
Até que por fim deram-lhe a liberdade, prontos.
[77]
INF1 Agora
[78]
INF3 No cabo, agora veio para quando foi esta coisa daquilo nos tirarem as colónias.
[79]
INF1 Põe a mão na cabeça da pessoa.
[80]
INF3 Ele veio para
[81]
e ali está, ali perto de Penamacor.
[82]
INF1 Põe a mão na cabeça duma pessoa
[83]
INF2 É.
[84]
Pois.
[85]
INF3 É uma terra para de Penamacor.
[86]
Mas esse homem tem para curado gente que é uma coisa por demais!
[87]
INF1 Beijei-lhe a mão!
[88]
INF2 Pois.
[89]
INF1 Ele põe a mão na cabeça da gente
[90]
e ele diz assim.
[91]
Ele diz assim:
[92]
INF2 É É como o outro padre Ésquilo em Lisboa.
[93]
INF1 "Eu não sou santo!
[94]
Eu peço ao Senhor [pausa] as graças.
[95]
[pausa] As que tem sorte de sarar, que é a sua sorte, sara;
[96]
quando não tem, ficamos assim mesmo.
[97]
Pronto"!
[98]
Olha é a .
[99]
INF2 É a de Deus deles.
[100]
INF3 Pois, pois.

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