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Granjal, excerto 68

LocalidadeGranjal (Sernancelhe, Viseu)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Ercília Elisa

Text: -


[1]
INF1 Eu às vezes digo para os meus: "Vocês haviam de ser criados"
[2]
Os meus netos.
[3]
"Ai, eu não quero ovos estrelados"!
[4]
"Ai, eu não quero"
[5]
O Eufrónio: "Eu quero uma costeleta"!
[6]
"Eu quero um bife"!
[7]
Ou assim.
[8]
Digo assim: "Ai, meus filhos, meus filhos!
[9]
Se vós passassens o que nós passámos, comiens até pedras"!
[10]
As codinhas que que muitas vezes lhe dava a tia Felisberta ali, que nos dava às vezes [vocalização] aquelas abadas de
[11]
Tiravam com a faca o miolo.
[12]
INF2 Pois.
[13]
INF1 Elas governavam o pão sempre muito bem governado.
[14]
Tiravam aqueles miolos por cima
[15]
e eu [pausa] ia buscar assim às vezes
[16]
INF2 Então senhor sabe?
[17]
Muitos pobrezinhos de antigamente vingavam-se assim.
[18]
INF1 Éramos uns desgraçadinhos!
[19]
INF2 Nós íamos: "Ó senhora, quer a senhora , faz favor,
[20]
dava-me aqui vidinha a ganhar"?
[21]
Agora?!
[22]
Vai-os a gente rogar,
[23]
há-de-lhe pagar bem
[24]
INF1 não querem ir.
[25]
INF2 E ainda por favor!
[26]
INF1 Ainda é por favor.
[27]
INF2 Ainda é preciso convidá-los e [vocalização] assim.
[28]
Ainda se viram à gente e pronto.
[29]
INF1 Eu ontem fiquei doida quando a sua mãe disse que eram cento e trinta mil réis um dia!
[30]
INF2 Então!
[31]
INF1 Fiquei maluca!
[32]
Algum dia para se ganhar cento e trinta mil réis!
[33]
INF2 Cento e cinquenta agora, que andam as mulheres.
[34]
INF1 Ai Senhora de Fátima.
[35]
INF2 Cento e cinquenta.
[36]
Foi quanto a a Felismina pagou às mulheres.
[37]
E os homens duzentos.
[38]
INF1 Deixa

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