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Vale Chaim de Baixo, excerto 18

LocationVale Chaim de Baixo (Odemira, Beja)
SubjectA casa de habitação
Informant(s) Cirilo
SurveyALEPG
Survey year1995
Interviewer(s)Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMárcia Bolrinha
LemmatizationDiana Reis

Text: -


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[1]
INF Então, a taipa.
[2]
Ora, como é que se faz a taipa?
[3]
A taipa faz-se com terra.
[4]
INF Não.
[5]
Isso sendo com qualquer terra,
[6]
mas assim próprio, próprio propriamente não é com qualquer terra.
[7]
INF Com aquela terra barrenta, [pausa] terra barrenta, mesmo terra barrenta, que essa é que é a terra de taipa.
[8]
Como essa que está nessa terra , essa é terra de taipa.
[9]
INF Sim.
[10]
Essa é terra de taipa.
[11]
uma terra mais [vocalização] mais negra,
[12]
essa não é terra de taipa.
[13]
INF Como é que construíam?
[14]
Então faziam:
[15]
chegavam num bocado num bocado de terreno.
[16]
Diziam assim: "Vamos aqui fazer umas casas"!
[17]
Pois.
[18]
Abriam uns caboucos na volta de [vocalização] meio metro
[19]
e depois enchiam de pedra e barro.
[20]
Não se Cavavam [vocalização] uns bocados de barro, um bocado de terra, ali assim num moitão,
[21]
escolhiam-lhe as pedras,
[22]
e depois [vocalização] faziam uma cova ali ao meio,
[23]
deitavam-lhe uma gota de água ali para dentro
[24]
e começavam a amassar com uma enxada.
[25]
Pois, amassavam aquilo muito bem, tal e qual como quem amassa cal ou areia, pois, como quem amassa areia para o cimento.
[26]
É a mesma coisa.
[27]
E depois de aquilo estar amassado, carregavam então para o donde esses tinham tinham os caboucos abertos, para o do do pedreiro, pois.
[28]
E tinham pedras.
[29]
Carregavam pedras nas carroças, nas carretas de bois.
[30]
INF Pois,
[31]
pedras grandes e metiam ali em volta, grandes e pequenas,
[32]
aquilo era tudo em volta.
[33]
Metiam ali tudo.
[34]
E depois começavam a [vocalização] a encher os caboucos, a encher, a encher, a encher;
[35]
aquilo era tudo alinhado com uns fios, com uns prumos,
[36]
[pausa] aquilo era tudo alinhado.
[37]
Pois.
[38]
E depois até havia umas réguas também.
[39]
[pausa] E depois aprumavam aquilo ali assim, que aquilo estando aprumado, aquilo quando tendo uns talvez uns cinco ou dez centímetros de fora da terra, [pausa] assim do do limite do chão,
[40]
INF afirmavam então depois a taipa.
[41]
Mas a taipa, depois a terra era cavada e passada toda [vocalização] aos [vocalização] cavaletes.
[42]
Ficava toda passada aos cavaletes.
[43]
E depois regavam,
[44]
iam regando.
[45]
[pausa] Iam regando nela com um regador,
[46]
regando,
[47]
regando,
[48]
e depois iam passar nela outra vez com uma enxada quando a terra estivesse passada, não estivesse mole;
[49]
[pausa] estivesse passada, sim, que estivesse passada.
[50]
INF Depois armavam então,
[51]
acareavam dois tai-, um, dois taipais.
[52]
Acareavam
[53]
[pausa] Cada taipal tinha uma agulha.
[54]
Pois.
[55]
Essas agulhas tinham uma tarraxa.
[56]
[pausa] Pois.
[57]
INF Pois.
[58]
Chamam-lhe uma uma agulha.
[59]
INF Quer dizer, uma agulha
[60]
INF Chamam-lhe uma agulha
[61]
mas é um é um pau comprido.
[62]
INF1 Pois.
[63]
INF1 Era de madeira.
[64]
INF Pois.
[65]
Nesse tempo era de madeira.
[66]
De madeira
[67]
E aqui assim tinha um buraco
[68]
[pausa] e aqui tinha outro.
[69]
Pronto.
[70]
Se a parede era com meio metro, [pausa] tinha tinha aqui um buraco
[71]
e aqui tinha outro.
[72]
E depois havia uma chamava-lhe a gente uma tarraxa.
[73]
INF Metia ali assim
[74]
e havia depois os as mestres das tarraxas [pausa] que metia aqui assim
[75]
Metiam?!
[76]
Armavam,
[77]
punham os taipais aqui em cima.
[78]
INF Pois.
[79]
Dois taipais: um dum lado, outro doutro.
[80]
Punham aqui um,
[81]
[pausa] punham aqui outro.
[82]
Armavam em cima dos caboucos.
[83]
E depois de estar armado em cima dos caboucos ? , tinham aqui as agulhas,
[84]
estavam aqui as agulhas,
[85]
estavam assim,
[86]
metiam um taipal aqui.
[87]
INF1 Aquilo [vocalização] era era de metro a metro, os taipais.
[88]
Era de metro a metro.
[89]
INF1 Pois.
[90]
Conforme armavam aquilo ali, [pausa] tinham umas cordas depois por cima para atar [pausa] as mestras,
[91]
as o coiso, chamavam-lhe as mestras, metiam ali assim,
[92]
[pausa] faziam força àquilo,
[93]
apertavam aquilo
[94]
e pronto!
[95]
E depois tinham também um frontal [pausa] para meter dum lado.
[96]
Dum lado não tinha frontal nenhum,
[97]
mas doutro lado tinha um frontal,
[98]
que era do lado que ficava sempre do lado de fora.
[99]
INF Pois.
[100]
E depois [vocalização] como tinha o frontal, metiam o frontal assim daquele, de da parte de

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