Representação em frases

Lavre, excerto 2

LocalidadeLavre (Montemor-o-Novo, Évora)
AssuntoO sobreiro e a cortiça
Informante(s) Aramis

Texto: -


[1]
INF [vocalização] Não é o nome das sobreiras,
[2]
é o nome dos terrenos, dos sítios.
[3]
INF O nome das herdades
[4]
INF Não senhora.
[5]
[vocalização] É que mas é [vocalização] as herdades têm vários pontos e vários nomes.
[6]
o Vale do Cimarrinho;
[7]
o Vale da da Antinha;
[8]
o vale, o [vocalização], o o Vale [pausa] da Asseiceira
[9]
[vocalização] Enfim, muitos, muitos, muitos!
[10]
Do género do Cabeço; o Cabeço do Pombo; o Cabeço do Jardim; o Cabeço
[11]
Eu sei eu!
[12]
É coisas que a gente [pausa]
[13]
INF antigamente dizia,
[14]
que hoje até
[15]
o Medronhal, o Cabeço do Medronhal.
[16]
INF , no.
[17]
um medronhalzinho, guardado ainda do tempo dos senhores Arcanjos.
[18]
No tempo dos senhores Arcanjos, guardaram aquilo .
[19]
Aquilo ele era ele era tudo mato antigamente,
[20]
depois arrotearam
[21]
e deixaram aquele bocadinho ali.
[22]
Ainda hoje se se conserva aquele bocadinho no meio dos barros barros, isto é, de sementeiras, terras de sementeiras.
[23]
está aquele quadradinho;
[24]
é medronheiros;
[25]
não está mais nada.
[26]
medronheiros dentro daquilo.
[27]
E deita medronho, o medronho, ou os medronhos.
[28]
INF Esgalhar era cortar [pausa] a lenha [pausa] para renovar o sobreiro.
[29]
Porque o sobreiro se não for tratado [pausa] como tudo, como tudo na vida , se não for tratado, chegam a pontos, phhh, começam-se a perder.
[30]
Começam a secar.
[31]
E secam-se.
[32]
Estão-se a secar muitos, muitos, muitos.
[33]
E muitos des-, dessas secas que por , muitos dizem: "Ah! É moléstia".
[34]
Sim senhora!
[35]
Que seja uma moléstia!
[36]
Mas a moléstia é derivado [vocalização]
[37]
Não é como eles faziam antigamente.
[38]
Hoje, o tempo Os lavradores aqui, na nossa área e nas outras áreas, tinham gados,
[39]
tinham
[40]
Não tinham tractores,
[41]
tinham [vocalização] b- bois e [vocalização] parelhas
[42]
e era tudo lavrado todos os anos
[43]
De anos a anos, era lavrado e semeado!
[44]
E por cima de, por exemplos, quinze, dez a quinze, a dezasseis anos, ou de vinte em vinte anos, passava uma folha de esgalha,
[45]
ficavam esgalhados.
[46]
A árvore [pausa] rebentava de novo,
[47]
ficava toda

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