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Lavre, excerto 15

LocationLavre (Montemor-o-Novo, Évora)
SubjectA criação de gado
Informant(s) Aramis
SurveyALEPG
Survey year1995
TranscriptionSandra Pereira
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF Ah!
[2]
É ao calmeiro.
[3]
INF Estão ao calmeiro.
[4]
Recolhem-se para o calmeiro.
[5]
Dali das nove e meia, dez horas até às seis, seis e tal da tarde, estão ao calmeiro.
[6]
Depois, está, estão todas essas horas sem comer
[7]
[pausa] porque é de Verão, não estes dias de pôr e aquela coisa toda e comer e depois se tem que se andar de noite para elas encherem a barriguita.
[8]
[pausa] Que é luxo
[9]
que isso não se faz!
[10]
E sabe porque é que não se faz?
[11]
É muito simples.
[12]
É uma coisa muito simples.
[13]
Todo o Verão
[14]
[vocalização] Dantes não havia mais nada senão o trigo [pausa] e cevadas, e pronto.
[15]
Hoje [pausa] não é assim.
[16]
Hoje, em todo o Verão, mesmo na força do Verão, terrenos [pausa] próprios, com sementeiras, com coisas, para ele os animais irem comer.
[17]
[pausa] Verde!
[18]
Durante um tempinho têm de estar sempre arrincando.
[19]
Tem esses que largam de cevadas, largam de pastagens de terras do do arroz, enfim
[20]
E as outras semeadas, ervas semeadas.
[21]
Quer dizer que o animal não passa aqueles necessidades que passava antigamente.
[22]
antigamente tinha que se andar de noite com elas.
[23]
Agora não é preciso.
[24]
INF Tanto que elas, às vezes, passam um bocadito mais mal, mas
[25]
Pronto!

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