Sentence view
Melides, excerto 12
Text: -
INF1 Pois, os lavradores davam davam aquelas terras mais, mais [vocalização] mais mal andamosas,
[pausa] é que eles davam para a gente fazer aí serviços.
INF1 E então a gente aproveitava,
[vocalização] trabalhávamos para ali de castigo Invernos inteiros para fazer muitos serviços, às vezes, para quatro ou cinco alqueires de trigo.
INF1 Não, era para a gen–, para a para a gente semear.
INF1 Para fazer uma sementeira que, que de moreias que que levasse quatro ou cinco alqueires, era preciso ser já um bocado grande para o homem fazer aqueles trabalhos todos assim em neste processo.
INF1 Então e depois no ano seguinte,
INF1 [vocalização] Então, pois, nós semeávamos…
Tinha que pagar a a renda depois ao [pausa] ao dono da terra.
INF2 Antigamente chamava-se a ração.
INF2 Ou era de oito, ou de cinco, ou de dez, ou de doze, como fosse.
INF1 Pois, dava-se o nome da ração.
INF2 No outro ano já não dava trigo,
semeava-se cevada branca; e depois no outro ano semeava-se aveia.
Que é o que eu disse ainda agora às senhoras, [pausa] que é a semente mais ruim que nós cá temos.
INF2 E [vocalização] E era assim que se fazia as sementeiras,
esses povos que por aí viviam, não é?
INF2 Mas de graça ninguém dava.
INF2 Limpávamos as terras
e tínhamos que pagar sempre, não é?
[pausa] Agora está a maior parte disso está abandonado.
Então e quem é que vai fazer moreias?
INF1 Ah, isso não há muito!
INF2 A maior parte não há ninguém que saiba fazer uma moreia, não é?
A não ser pessoal desta idade.
INF1 Não, o meu irmão O meu irmão, hoje em dia, não da- não deitava a conta.
INF2 Pois, e não se pode fazer.
Naquele tempo não havia adubos, não é?
Tinha que se utilizar os esquemas do mato para…
INF2 E era melhor do que é hoje.
Edit as list • Text view