R&D Unit funded by

Sentence view

Melides, excerto 30

LocationMelides (Grândola, Setúbal)
SubjectNão aplicável
Informant(s) Galeno
SurveyALEPG
Survey year1980
Interviewer(s)Celeste Augusto Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMárcia Bolrinha
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF De forma que [pausa] é tudo coisas que a gente fazemos com facilidade
[2]
e temos cegueira de fazer, sabe?
[3]
INF E eu até ando num lugar, num serviço, que eu não gosto.
[4]
Que a minha cegueira é a agricultura.
[5]
Se eu apanhasse uma propriedade, que eu tivesse condições para viver dentro, para possuir os meus animaizinhos, tratar à minha vontade, [pausa] eu trat- tinha uma vida mais tranquila do que tenho assim, não é?
[6]
INF Nem que ganhasse menos do que eu ganho, mas vivia mais distraído.
[7]
INF Teria [vocalização], possuía eu [vocalização] Possuía gado vacum, possuía porcos, possuía cabritos, possuía ovelhas;
[8]
afinal, possuía essas coisas que eu tenho cegueira nisso tudo, sabe?
[9]
INF Mas não não tenho é claro ,
[10]
dediquei-me agora aquele trabalho.
[11]
E, se calhar, quem me comeu a carne tem que comer os ossos.
[12]
Risos Pois.
[13]
Agora, se calhar, por me mandarem embora, talvez, é que eu deixo aquilo.
[14]
Mas tenho sempre pena da agricultura!
[15]
Portanto, as senhoras vêem:
[16]
vêm aqui,
[17]
vêem isto cavado.
[18]
Eu venho aqui,
[19]
cavo isto,
[20]
vou-me para ali cavar,
[21]
vou-me para a outra horta,
[22]
vou cavar, não é?
[23]
INF [vocalização] É a minha vida
[24]
é assim, pois.
[25]
INF Essa é uma ameixeira.
[26]
INF É uma ameixeira.
[27]
INF [vocalização] Chama-se a ameixa.

Edit as listText viewSentence view