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Monsanto, excerto 25

LocationMonsanto (Idanha-a-Nova, Castelo Branco)
SubjectOfícios, profissões e outras actividades
Informant(s) Ambrosina Amável
SurveyALEPG
Survey year1980
Interviewer(s)Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionErnestina Carrilho
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF1 Acabam as artes todas.
[2]
Nós aqui acabam as artes todas.
[3]
Aqui não quase artista nenhum.
[4]
Chamam artistas esses homens que estão assim a trabalhar.
[5]
INF2 Acaba tudo.
[6]
INF1 Uns arranjam sapatos,
[7]
outros que sejam os fatos.
[8]
Isto por aqui não ninguém a aprender.
[9]
É algum velhote.
[10]
E depois está assim
[11]
Está um velhote, velhinho
[12]
deita umas capas nuns sapatos assim por detrás .
[13]
INF2 Ah, pouco,
[14]
não quer.
[15]
As capas que deita olhe .
[16]
Disse que não tinha cola, nem tinha [vocalização] que não tinha linha, não tinha nada.
[17]
Tive que lhe deitar aqui este [vocalização] arame a ver se rompe mais um bocado.
[18]
INF1 ninguém aprende artes.
[19]
Isto aqui ninguém aprende.
[20]
Tudo quer ir
[21]
mas é para [vocalização] para o que for bom, para o Estado, que é outra vida que não é por aqui.
[22]
Dantes andavam os filhos a aprender por aqui um ofício.
[23]
Agora ninguém quer ofícios.
[24]
INF1 Agora ninguém quer ofícios.
[25]
INF2 Isso é verdade, é.
[26]
INF2 A vida tem sido Muito dura a gente!
[27]
Muito dura a gente!
[28]
A Ele trabalhar toda a vida nisto, muito a gente dura!

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