Representação em frases

Montalvo, excerto 6

LocalidadeMontalvo (Constância, Santarém)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Guilherme Guliver

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[1]
INF1 Um senhor ali de C- que é ali de Alcaravela ele até foi para a América, um engenheiro.
[2]
Era o senhor engenheiro Haroldo.
[3]
Eu andava com um rancho de a limpar oliveiras
[4]
e andávamos a cortar [pausa] oliveiras.
[5]
E diz ele assim para
[6]
[vocalização] Ele Ele não me diziam nada.
[7]
Eu fui sempre muito intrometido
[8]
e venho por acima.
[9]
Estava ele Estava o feitor e estava o patrão e estava ele.
[10]
E depois [vocalização] disse para o meu patrão: "Ó senhor Halpagão, dava-me licença que fizesse aqui uma procura ao senhor engenheiro"?
[11]
"Ora essa"!
[12]
É claro, ele chegou-se logo ao de mim.
[13]
Claro, os engenheiros, é assim.
[14]
É como as meninas são.
[15]
[pausa] Exactamente, que é p-, naturalmente, para o que andam a estudar.
[16]
É para isso.
[17]
Gostam de saber
[18]
e gostam
[19]
A puxar, a puxar.
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[vocalização] Eu notei.
[21]
É exactamente.
[22]
[pausa] É como são as meninas.
[23]
É.
[24]
São meio a puxar para isso.
[25]
De maneira que chego ao dele e depois: "O senhor fazia favor
[26]
[vocalização] dizia-me aqui uma árvore qualquer"
[27]
Os homens vinham em baixo, a cortar e a arranjar, e tal.
[28]
"E dizia-me aqui uma árvore qualquer para eu dizer qual é que era a poda que ela precisa.
[29]
E depois o senhor via [pausa] se estou a falar bem ou se estou a falar mal, que é para me eu orientar,
[30]
senão não me sei orientar.
[31]
[pausa] Para me eu orientar".
[32]
Ele chega- chegou ao de nós:
[33]
"Olhe, fazia favor
[34]
via esta".
[35]
E eu vou-lhe ensinar uma prosa porque se as senhoras
[36]
Tenho a certeza que as s- que as meninas que andam a estudar para isso.
[37]
E é para que amanhã ou outro dia, não venha algum que lhe queira tapar os olhos
[38]
e vossemecês abrem-nos.
[39]
INF Com duas palavras.
[40]
INF Vocês depois dizem duas palavras que eu vou a acabar a minha conversa,
[41]
e depois eles abrem os olhos.
[42]
E é claro, os o senhor engenheiro chegou ao , naquele tempo ainda era rapazes novos, e tal
[43]
ele disse: "Olhe, corte por ali;
[44]
corte por além;
[45]
corte por além, e tal,
[46]
acho que fica bem".
[47]
E depois, é claro, eu disse-lhe
[48]
E depois digo-lhe eu assim: "O sobreiro"
[49]
Ou, o sobreiro!?
[50]
A oliveira tinha duas duas posições.
[51]
Tinha um arco colocado por baixo com as pernadas,
[52]
mas tinha uma pernada no meio chama-lhe a gente um plantão assim no meio, que fazia outro ar.
[53]
Está a perceber?
[54]
Mas a oliveira estava cansada,
[55]
estava ruim.
[56]
Estava cheia de musgos,
[57]
estava toda cansada e tudo.
[58]
E digo eu assim para ele
[59]
Assim, digo eu para ele: " Ah, pois.
[60]
Está bem.
[61]
O senhor engenheiro diz muito bem.
[62]
Mas venha aqui deste lado".
[63]
Ele voltou-se para o outro lado, e tudo.
[64]
"Então agora aquela pernada que está acolá"?
[65]
"Então fica armada em cima
[66]
e fica armada em baixo".
[67]
"A oliveira não goza,
[68]
não se lhe tira madeira.
[69]
Não renova!
[70]
Não se tira madeira,
[71]
ela não não goza".
[72]
"Pois é".
[73]
Ele depois no fim: "Pois é.
[74]
esses problemas.
[75]
esses problemas que aparecem".
[76]
INF1 Se alguma vez suceder alguma coisa, t tem que se cortar aquele aquele plantão.
[77]
INF2 Em baixo e em cima.
[78]
INF1 Para fora, tira-se;
[79]
atrasa-se mais qualquer das outras
[80]
e ela renovou
[81]
e limpou.
[82]
E eu vinha para diante,
[83]
ele não me disse mais nada,
[84]
vinha a andar por por o arneiro adiante, e tudo.
[85]
E era até terra de campo.
[86]
Era terra terra boa!
[87]
Que elas melhoravam em em poucos anos.
[88]
Claro que a gente vai ao de uma árvore
[89]
mas tem que olhar para o chão
[90]
e tem que olhar para cima.
[91]
Tem que ver se o chão tem tem alimento, se tem sustan-, sus- sustento.
[92]
É claro, se a gente vai cortar, mas se não têm alimento, até propriamente secam.
[93]
Porque não têm força!
[94]
Não têm força
[95]
e com uma data de golpes!
[96]
Os golpes é [vocalização]:
[97]
pelo menos para passar o Inverno, dar golpes assim, por exemplo, numa árvore, é o m- é o diabo!
[98]
E depois o [vocalização] gelo cai de cima em cima,
[99]
e queima,
[100]
e areja a a pernada como.

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