Representação em frases

Montalvo, excerto 14

LocalidadeMontalvo (Constância, Santarém)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Guilherme Guliver

Texto: -


[1]
INF1 A minha mulher Nosso Senhor a tenha em descanso se foi embora, coitada.
[2]
Não, não Não esperou por mim.
[3]
Antes me ela levasse!
[4]
Que Porque eu não me dou mal aqui!
[5]
INF1 Não me dou mal,
[6]
mas tenho muitos dias.
[7]
tenho muitos, é dias a mais.
[8]
podia dar os meus dias a a outro, que estou velho!
[9]
INF1 Pois.
[10]
[vocalização] Foi Foi criada nessa casa [pausa] desses patrões que estavam.
[11]
INF1 Mas o alemão é que comprou.
[12]
INF1 Isso foi vendido.
[13]
uma outra quinta do lado de baixo, que era da senhora dona Hersília, que era, era era uma irmã daquele que vendeu aquilo, que era o doutor Heitor.
[14]
Que o tal doutor Heitor era o doutor de mal de peles.
[15]
E é onde esta miúda, o pai veio para para para feitor, esta rapa- miúda que está aqui, para .
[16]
INF1 E eu fui cinco anos fazer o vinho.
[17]
[pausa] Fui fazer o vinho, para para coiso.
[18]
Porque o vinho [pausa] dele [vocalização] que é [vocalização]
[19]
Aqui em cima tem um depósito aonde.
[20]
Não sei se foram para dentro.
[21]
Ainda não foram?
[22]
INF1 Se entrarem ao portão para dentro
[23]
INF1 Se entrarem ao portão para dentro, ,
[24]
hav- havia
[25]
Bom, aquilo agora é capaz de estar modificado.
[26]
A gente entrava ao portão para dentro,
[27]
havia dali umas pocilgas, umas coisas, de galinhas, e essa coisa toda que governava.
[28]
E havia depois, mais adiante,
[29]
havia uns degraus a descer para baixo,
[30]
e desses degraus até acima ao tanque chamava-lhe a gente o tanque regal de regar.
[31]
É um tan- Há-de estar.
[32]
Ele Ainda ele há-de estar que eles não não o esbandalharam.
[33]
INF1 Chamam-lhe o tanque regal de regar, que tem uma mina,
[34]
vem a água para .
[35]
Uma mina que acolá para cima para o pinhal, tudo, vem para esse tanque.
[36]
[vocalização] Tem uns degraus ao lado.
[37]
Chama-lhe a gente o tanque regal de regar.
[38]
E E até esse tanque, desde esse degrau assim para baixo, esse tanque, havia ali uns buxos,
[39]
faziam assim um arco.
[40]
INF1 Não sei se ainda estão, se não estão.
[41]
INF1 Se forem deitar a cabeça, vêem.
[42]
Havia uns buxos que fazia assim um arco.
[43]
Aquilo é como um túnel.
[44]
Tudo.
[45]
INF1 Quando a gente saía
[46]
[pausa] Isso era para cima.
[47]
Quando ia para baixo, um outro tanque mais em baixo, também porque regava depois uma uma parte que havia do lado de baixo, que é que era depois para a outra irmã, que era a senhora dona Hersília, que é que é da outra quinta [pausa] que está daquele lado, do lado de baixo.
[48]
INF1 Esse prédio foi feito
[49]
Não foi pelos av- pelos pais dela,
[50]
foi por ela é que foi feito.
[51]
De maneira que esse tanque .
[52]
Até tem canas-da-Índia!
[53]
Tinha .
[54]
Não sei se ainda estará, se não.
[55]
INF1 Eu corria aquilo tudo ali!
[56]
Eu sabia mais do que vocês vêem.
[57]
INF1 O senhor doutor Heitor
[58]
INF2 Aquilo também.
[59]
INF1 O senhor doutor Heitor quando era vivo ele era do mal de peles.
[60]
Ele estava casado com uma senhora que [vocalização]
[61]
O senhor doutor Helámio.
[62]
Então, vocês também não conheceram um médico que havia , em Lisboa, que era o doutor Helámio.
[63]
Era um Era cirurgião, o tipo, até!
[64]
Era Era professor do dos médicos [vocalização], ele.
[65]
Era.
[66]
Era o senhor doutor Helámio.
[67]
E tinha uma senhora,
[68]
ela talvez fosse do seu corpo, assim pequenina!
[69]
Pois.
[70]
INF1 Que era Que era a senhora dona Hortênsiazinha.
[71]
Era, era Era mulher dele.
[72]
Era filha do tal doutor.
[73]
E veio E veio uma senhora da Suíça para tratar-se da garganta com ele.
[74]
INF1 Quer dizer, pois, as senhoras desculpem.
[75]
As meninas desculpem,
[76]
o que é a gente tem que tem que ser português.
[77]
INF1 Temos que ser português.
[78]
[vocalização] Engraçou com com ele e ela engraçou com e ele engraçou com ela.

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