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Bandeiras, excerto 21

LocalidadeBandeiras (Madalena, Horta)
AssuntoA casa de habitação
Informante(s) Carina Bocácio

Text: -


[1]
INF1 ,
[2]
mas é nas casas de parede é que tem a umbreira.
[3]
Que a gente faz aqui umbreiras com uns pesos grandes, largos.
[4]
estas é de blocos,
[5]
não temos isso,
[6]
é tudo, tudo blocos.
[7]
, abre-se as portadas
[8]
mas não se diz que tem lumieiras,
[9]
nem tem porque é de blocos.
[10]
Isso é das antigas, das de pedra.
[11]
A de pedra é também, para a portadas.
[12]
INF1 Isto é uma dobradiça.
[13]
INF1 Uma dobradiça.
[14]
INF1 Isso é a fechadura.
[15]
INF1 Tem o seu trinco.
[16]
INF1 Ah, tem um taramelão.
[17]
Mas isso é nas casas antigas,
[18]
era um taramelão que se chamava.
[19]
INF1 Um bocado de madeira, ligado a um cabinho,
[20]
e a gente vai
[21]
e deita a mão à àquele cabinho
[22]
e abre a taramela para o ar.
[23]
E é assim, [pausa] nas casas mais antigas.
[24]
Estas agora estão mais modernazinhas,
[25]
a gente agora é os trincos.
[26]
INF1 Ah, é um fechinho.
[27]
INF1 Um fechinho.
[28]
[pausa] A gente chama um fecho, para segurar a porta.
[29]
Estas casas de blocos todas têm.
[30]
Olhe, olhe, tem aquela tem um [vocalização] fechinho em cima
[31]
e tem outro em baixo, que é por causa de segurar a porta.
[32]
Porque a gente não pode pôr tranqueira, como antigamente se punha umas tranqueiras de ferro porque estas não têm largura de se poder pôr a tranqueira.
[33]
[pausa] Não mates a gente todos aqui dentro.
[34]
INF2 Não posso dizer nada porque estou comendo.
[35]
INF1 Da, da, das antigas Nas antigas, a gente punha era um postigozinho com um vidrozinho para a gente ver.
[36]
INF1 Agora não se usa, que estas casas modernas
[37]
A não tirar que se ponha uma porta com vidros grandes!
[38]
Mas assim como eu, não é preciso, que eu tenho aqui uma janela grande, tenho claridade bastante.
[39]
Mas antigamente era assim:
[40]
com o seu postigozinho, era o seu [nome] [pausa] para a gente ver.
[41]
INF1 Dou a volta Dou a volta à minha fechadura a fechar a minha porta.
[42]
INF1 A de cima é a fechadura e a de baixo é o trinco.
[43]
INF1 É a minha chave.
[44]
INF1 A gente não tem outros.
[45]
[pausa] Tenho no armazém umas portas com esses ferrolhos, como a senhora diz,
[46]
mas aqui não tenho.
[47]
Aqui é a a chave e o trinco.
[48]
INF1 Agora acendo
[49]
INF2 O petróleo.
[50]
INF1 Eu tenho um bidão de petróleo,
[51]
botava sempre nas minhas lamparinas [pausa] que era por causa da minha luz.
[52]
Mas agora tenho-as cheias ali fora
[53]
mas não me uso delas.
[54]
tenho a minha luz eléctrica,
[55]
é uma maravilha!
[56]
Foi o melhor que fizeram-nos neste neste mundo.
[57]
INF1 Eram de petróleo.
[58]
INF1 Era de ,
[59]
tinha duas de , com os seus vidros,
[60]
e tenho duas teimosas: uma sem e outra com outro pezinho.
[61]
INF1 Teimosas é de umas pequeninas.
[62]
Tem uma, uma, o [vocalização] a torcidinha muito estreitinha
[63]
INF1 e o vidrinho pequenino, baixinho.
[64]
Mas também é de petróleo.
[65]
INF2 Nada.
[66]
INF1 Não, a de azeite não cheguei
[67]
INF1 Não cheguei a usar de azeite.
[68]
víramos, quando se alumiavam umas candieirazinhas, que a gente deitava no pratinho o azeite, e [vocalização] punha-se uma torcidazinha e punha-se um bocadinho de pau a segurar a torcidazinha para arder aquilo ali naquela beirinha.
[69]
Mas não não u- cheguei a usar disso porque somos mais novos,
[70]
não agarrámos tanto essa vida atrasada.
[71]
Mas os nossos antigos, coitadinhos, que [vocalização] trabalharam muitos serões com isso.
[72]
INF1 Aqui, está , mais ou menos, como dois meses e picos [pausa] é que principiou a haver luz aqui.
[73]
INF1 Mas Mas a gente no meu tempo era agora no meu tempo era muita força de petróleo, muita força de petróleo.

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