R&D Unit funded by

Sentence view

Tanque, excerto 23

LocalidadeTanque (Porto Santo, Funchal)
AssuntoO moinho, a farinha e a panificação
Informante(s) Abdão

Text: -


[1]
INF Não, não, não.
[2]
Tem Tem uma folga, [pausa] à frente e atrás, [pausa] que a gente ande assim, em roda da moenda.
[3]
Tem folga [pausa] para a gente.
[4]
INF A selha,
[5]
chamava-se a selha.
[6]
[pausa] Para vedar a farinha .
[7]
INF É folha.
[8]
INF Era de fo, ti- A parte d- por cima, era [vocalização] madeira
[9]
[pausa] e a roda era toda em [vocalização] neste zinco
[10]
INF Esta chapa de zinco.
[11]
INF Sim senhor.
[12]
INF A caixa é esta.
[13]
INF Punha-se por causa do não voar.
[14]
INF Oh, [pausa] era um pano que a gente se punha.
[15]
INF Não.
[16]
INF Era um pedaço de pano que a gente punha, porque fazia muito [pausa] e levantava.
[17]
[pausa] E fazia quebras nas farinhas, porque aquilo era a peso
[18]
INF Pois, sim senhora senhora.
[19]
INF O meu até tinha duas moendas.
[20]
INF Era.
[21]
É essa assim quadrada,
[22]
[pausa] depois fazia aqui [vocalização] eram separadas uma da outra
[23]
e fazia outra vez aqui mais outra
[24]
INF Cha Era as quatro moendas.
[25]
INF E tinha até do- até folga aqui, que era onde eu me sentava e fazia o serviço.
[26]
[pausa] Era um moinho grande.
[27]
INF Como?
[28]
INF uma de moer milho.
[29]
[pausa] A que mói milho não mói a triga.
[30]
Que isso a gente se chama:
[31]
a moenda trigueira é que é a que mói o milho,
[32]
[pausa] e a moenda alva era a branca.
[33]
INF Sim senhor.
[34]
INF [vocalização] Era como uma pedra mármore.
[35]
INF Vinha de fora.
[36]
INF Também [pausa] a maior parte foi tudo de fora.
[37]
Mas aqui havia uma pedreira, [pausa] que estavam tirando.
[38]
[pausa] aqui havia uma pedreira
[39]
INF que [vocalização] estavam tirando isso.
[40]
[pausa] Sim senhora.
[41]
INF É o tempero.
[42]
INF O tempero era uma barrinha assim deste tamanho.
[43]
[pausa] Depois, em baixo, [pausa] tinha u- uma agulha a gente chamava-se a agulha [pausa] que ia abaixo
[44]
e tinha-se assim um pau atravessado que a gente chamava-se [vocalização] [pausa] o pau da agulha
[45]
[pausa] e tinha um encaixezinho, que a agulha se assentava
[46]
e quando a gente queria que a pedra levantasse ou arreasse, para o tempero da farinha, a gente tinha a tal barrinha que era o que chamava-se o tempero de a abaixar ou altear.

Edit as listText view