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Porto de Vacas, excerto 10

LocalidadePorto de Vacas (Pampilhosa da Serra, Coimbra)
AssuntoA oliveira, a azeitona e o azeite
Informante(s) Benedito

Text: -


[1]
INF Pois.
[2]
[pausa] Pois.
[3]
Isto a Isto a a vara
[4]
Faz de conta que ele isto é isto aqui é o fuso.
[5]
INF E aqui dentro a vara v-, vinha vinha de cima da pare- do agulhadouro, que ch- chamava a gente
[6]
INF O agulhadouro, onde agulhava a vara,
[7]
ele tinha
[8]
A vara era furada
[9]
e metia-se-lhe [vocalização] uma coisa para a segurar.
[10]
No Conforme estava além, assim metida na parede,
[11]
e tinha ali umas pedras grandes, assim com um furo, e que metia-se assim uma coisa assim bem justinha, como é que é, ou como é que fosse ou podia ser de ferro ou de ou de madeira, ou coisa, mas tinha que ser uma uma coisa forte. E faz-se
[12]
INF Era onde encaixava Era onde encaixava no cimo.
[13]
INF No No lugar donde donde seguia a vara para baixo.
[14]
INF E aqui, isto é o enseiradoiro, ele aqui como a gente chamava, ou o alguergue
[15]
INF Onde se metia a massa dentro das seiras;
[16]
e depois a vara descia-se para baixo
[17]
[pausa] e apertava aqui
[18]
e é que se punha
[19]
INF Sim, sim.
[20]
INF Isto, isto Este é o dois.
[21]
É o, é Este, faz de conta, é aqui é que era é que era o
[22]
Mas a vara [pausa] A gente punha aqui as seirinhas redo redondas, por
[23]
INF Eu punha duas ou três ou quatro,
[24]
e depois punha-lhe assim uns uns malhais de madeira, assim, por exemplo, quadrados, por exemplo, desta largura mas um bocadinho mais compridos, assim desta largura, de cima duns dos outros, até chegar à vara,
[25]
e depois a gente começava a descer a vara, porque o fu-
[26]
Tinha o fuso, tem aqui Tinha aqui o fuso
[27]
e a isto é fa- chamávamos nós a tranca.
[28]
O fuso [vocalização] trabalhava dentro de uma concha aqui na, na na ponta da vara
[29]
levava umas roscas, não é? ,
[30]
INF que chamávamos nós a concha,
[31]
começava a
[32]
Tanto levava acima, como trazia para baixo.
[33]
A gente, ia mete-, ia sem-, ele pa- para enseirar, levava a vara acima e metia as seiras, ia enchendo, e metia em metade das seiras que pertenciam
[34]
Tra- Vínhamos então,
[35]
púnhamos então os malhais de cima das seiras,
[36]
começávamos a descer a vara lentamente, lentamente, conforme íamos dando o apoio, conforme ia aguentando;
[37]
e depois, em estando aquilo bem rijo, estava meio espremido,
[38]
tinha aqui por baixo ainda outro contrapeso, no fundo do fu- do fuso.
[39]
[pausa] Chamávamos nós o
[40]
INF Uma pedra grande, que ele [vocalização] está aqui desenhada
[41]
que eu, que eu eu não sei
[42]
INF Era o contrapeso.
[43]
Púnhamos no fu-.
[44]
[vocalização] Punha Tinha aqui também um buraco
[45]
e púnhamos-lhe uma chave [pausa] coisa na, no fuso no fundo do fuso que está aqui o buraco também ,
[46]
INF e a gente metia uma chave e ela ist-
[47]
A gente ia dan- rolando com o fu-, ou com a com a tranca em volta,
[48]
e o fuso ia-a puxando acima, até que isto ficava na ponta da na ponta da vara,
[49]
e fazíamos uma coisa que dava o último aperto à azeitona.

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