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Porto de Vacas, excerto 12

LocalidadePorto de Vacas (Pampilhosa da Serra, Coimbra)
AssuntoA oliveira, a azeitona e o azeite
Informante(s) Benedito

Text: -


[1]
INF Pois,
[2]
chamava a gente o alguergue.
[3]
Não era madeira.
[4]
Aquilo nem era madeira.
[5]
Era em [vocalização] em cimento, assim [vocalização], em cimento ou na fraga dura,
[6]
porque a gente, ele tinha ali assim um coiso redondo, assim onde se punham as seiras,
[7]
e de vinha a caleira, directa à à tarefa,
[8]
e naquela tarefa, primeiro não é que primeiro, não é o que aparava o azeite
[9]
A gente dali passava-o para outra
[10]
é que, ele na tínhamos ele era umas d- duas.
[11]
Tinha, tinha Vinha de baixo da vara o azeite a correr para aquela,
[12]
e a gente ia ia
[13]
aquilo eram ele uns potes grandes ,
[14]
tinha o sangradouro por baixo,
[15]
a gente sangrava para um outro canal que havia para baixo san.
[16]
INF [vocalização] Assim por baixo do do piso do lagar, havia um a- um augueiro para mor de sair aquela água para fora.
[17]
INF Um Um augueiro.
[18]
INF Assim um [vocalização], um dum auganal, como a gente chama.
[19]
Aquilo é por baixo;
[20]
e a gente sempre tinha um espiche na no fundo daquele pote,
[21]
quando ia subindo, a, a tinha água
[22]
Aquilo ele tem água sempre por baixo,
[23]
o azeite vem sempre para cima,
[24]
e a gente ia sempre sangrando aquele azinhavre por baixo
[25]
e o azeite entrava por cima.
[26]
Depois passava-se então para o outro é que, é que.
[27]
No outro po- Na outra tarefa é que era metido o azeite.
[28]
INF não tinha nada.
[29]
INF Era o azeite puro.
[30]
A gente ia-o passando a pouco a pouco, devagarinho
[31]
Ele E fazia-se a calda primeiro!
[32]
E depois no fim de fazer a calda
[33]
Porque agora o azeite não é caldeado como era naquela altura.
[34]
Naquela altura era caldeado nas seiras,
[35]
aquilo é que era com água a ferver,
[36]
ia sempre
[37]
[pausa] Era sempre caldeado.

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