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Porto de Vacas, excerto 25

LocalidadePorto de Vacas (Pampilhosa da Serra, Coimbra)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Cátia Carminda

Text: -


[1]
INF1 Não.
[2]
Não, não, não nisso nunca nos [vocalização]
[3]
INF1 Não havia assaltos.
[4]
INF1 Ia
[5]
Era conforme.
[6]
Era conforme os que a gente ajuntava:
[7]
se a gente então falava em juntar-se, era todos os sábados
[8]
[vocalização] Todos os domingos havia praça,
[9]
havia [vocalização] se vendia.
[10]
Todos os domingos se vendia se a gente estivesse.
[11]
Era:
[12]
em tendo em tendo carrego para levar, a gente falava com as outras vizinhas que quisessem ir com a gente e [vocalização] e íamos.
[13]
INF2 Era numas cestas. As cestas
[14]
INF1 Ah, pois.
[15]
Era uma cesta grande!
[16]
E aquilo era cada carrego!
[17]
Quanto maior quanto maior era o carrego, mai- mais dinheiro a gente fazia.
[18]
INF1 Mais dinheiro.
[19]
INF1 Vendíamos tudo.
[20]
Aquando não acabávamos de vender na praça, íamos às portas [pausa] acabar de vender.
[21]
Íamos às [vocalização] portas,
[22]
[vocalização] acabávamos de vender aquilo por um lado e por outro cada uma por onde podia.
[23]
INF1 A gente não ia pelo Fundão.
[24]
INF1 A gente era aqui [vocalização] por Silvares vossemecê também se calhar sabe.
[25]
INF1 Sabe?
[26]
Era por Silvares, Ourondo
[27]
Ourondo, não;
[28]
ele não íamos por Ourondo;
[29]
[vocalização] engano-me;
[30]
ele Ourondo é quando a gente vai no no carro.
[31]
Ele íamos ao redor de Ourondo,
[32]
íamos pelo Barco [vocalização]
[33]
INF2 De Silvares ao Barco?
[34]
INF1 [vocalização] Era pelo Barco, uma terra que chamam o Barco.
[35]
E [vocalização], e E ali havia uma passagem,
[36]
ali hav- havia umas passagens
[37]
[vocalização] Ali o rio era assim assente
[38]
INF1 Era este.
[39]
INF1 Era este rio, que que vem da Serra de Estrela.
[40]
Este é o rio que vem da Serra de Estrela para ci- para baixo.
[41]
INF2 O rio Zêzere.
[42]
INF1 O rio Zêzere é o que nasce na na Serra de Estrela,
[43]
mas vem ajuntando, ajuntando, ajuntando,
[44]
muitas ribeiras e
[45]
INF1 e barrocos por baixo [vocalização],
[46]
quanto mais para baixo é, mai- mais água leva.
[47]
E [vocalização] E nós [vocalização] passávamos naquele naquele rio.
[48]
Havia ali
[49]
Aquando era no Verão, ele era ali umas, umas ali um tabuão chamamos uma que é de pinheiros assim , um tabuão muito largo, e e assim co- com uns vergueiros de, de, de chamamos nós dos que estão dos que estão à beira do rio, de de salgueiros, assim aqueles vergueiros a atar a as tábuas por baixo
[50]
INF1 Os vergueiros é [vocalização]
[51]
INF1 [vocalização] Esses coisos que é que era para atar.
[52]
Que eram aqueles vergueiros fortes, assim para atar, por cima da tábua.
[53]
Mas havia muitas
[54]
E eu hoje também não era capaz de passar.
[55]
Se fosse hoje, da minha cabeça, não era capaz de de passar.
[56]
Que ali no rio é assim muito assente,
[57]
e e daí era muito largo!
[58]
Metia a água,
[59]
ia a água assim muito espalhada,
[60]
era ele mais largo.
[61]
E eu ia muito
[62]
Levava
[63]
[vocalização] Ia passar muitos carregos das outras, [pausa] porque havia muitas que não eram capazes de passar, que metia medo.
[64]
Era mu- [vocalização] Aquilo por uma tábua!
[65]
Ora a gente carregada e assim muito, e com aqueles vergueiros que tinha a atravessar por cima da tábua, a dar para empeçar com o e de a gente ir para o rio.
[66]
INF1 Que havia
[67]
E chegavam a cair [vocalização] para o rio.

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