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Porto de Vacas, excerto 27
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aos quatro dias é que vim para casa.
INF1 Porque não, não p- não podíamos…
Não arranjei outro remédio.
INF2 Porque era os porcos que era os porcos que não caminhavam.
INF1 Eles não caminhavam porque eles puseram-se das sapatitas
Uma vez fui lá mais minha mãe – era eu mais minha mãe –,
E eu trazia de lá um carrego grande de louça, que lá compráramos.
Ia lá mais duas mulheres aqui da do Maxialinho donde está o meu filho;
e a também de lá traziam dois
e a e uma também trazia um carrego de louça também;
era uma para vender, outra para para ela.
INF2 Ai, e nós também temos que ir ,
senão, lá para o nosso campo, ele indo, eu acho que não volta.
INF1 E depois [vocalização] nós [pausa] nós, nós vínhamos [vocalização]…
INF1 Ele vínhamos a andar e, e, mas …
Mas se ele ia tanto calor, tanto calor!
E os E os bacoritos [vocalização] em começando a aquecer já não caminhavam nada.
Depois nós [vocalização] viemo-los a ver…
INF2 Uma carraça, se calhar.
INF1 Se calhar é bichitos que andam a avoar.
INF1 Não fal- Não falta mais nada.
INF2 Esteve lá em cima assentada na erva não, não…
estive assentada na erva .
INF2 Esteve em cima assentada na erva .
INF1 Ah, estive lá assen-,
então e aquilo andam na erva?!
INF2 Esteve assentada na erva.
INF1 E [vocalização] depois vínhamos lá [vocalização],
dormíramos nas Torrozelas…
[vocalização] Dormimos na nas Torrozelas [vocalização] já já muito para cá…
Se me vinha para a cabeça?!
É que eu Mas ele quer dizer que andam na erva?!
E eu estive lá riba ao pé do gado …
Ela Quando ela andava a regar, estive lá sentada na erva,
e havia lá erva muito forte!
INF2 Conte o que estava a contar, agora!
INF1 E depois chega– chegáramos a…
INF1 Viemos lá dormir a uma loja, que era só…
[vocalização] O estrume era era nabos malhados – aquando se malham os nabos!
E era só daquela palha dos nabos.
E ele a dormirem lá os doentes…
INF1 [vocalização] Para tirarem a semente.
Quando eles estão espigados, assim já a cair, assim.
INF1 E E depois era [vocalização]…
e aquando foi à madrugada…
E a senhora lá da, a dona, deu-nos para lá uma candeiinha do azeite –
que havia umas candeias, em primeiro, assim para o azeite, quando não havia aquando não havia luz, assim que não havia destas luzes que agora há.
[vocalização] Deu-nos para para mor de a gente lá comer alguma coisinha.
Depois de manhã, [vocalização] eu vim mais a a…
Viemos de noite a ver se os bacoritos caminhavam assim mais pela fresca,
viemos até ao pé do de Fajão a [vocalização], com com o candeio.
E deixáramos lá os carregos na loja,
e viemos lá, alumiadas, eu mais a senhora que t- que também lá trazia um carrego.
E depois é que que, que vieram lá, assim que se pôs de dia.
A minha mãe mais a outra mulher vieram andando com eles
e e nós voltáramos para ir buscar os carregos.
ao cimo do Fajão começou a a dar o sol,
eles apenas deu começou a dar o sol, começou-se tudo a ir ele para as sombras das mouteiras, por aquele mato,
não queriam caminhar nem por quanto fosse.
Lá tivemos que estar nas mouteiras muito tempo à sombra, porque eles não caminhavam nada, e a gente não se podia vir sem eles.
INF2 A quem é que deu a preguiça?…
Mas nós trazíamos cada uma…
INF1 Eu tinha de ir empurrando…
INF2 A quem é que deu a preguiça?
Foi aos porcos ou foi às donas?
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