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Santo André, excerto 23

LocalidadeSanto André (Montalegre, Vila Real)
AssuntoA religião e as superstições
Informante(s) Hortense

Text: -


[1]
INF Que deu um mau ar.
[2]
É.
[3]
INF Pois,
[4]
que lhe botaram mau ar à criança,
[5]
apanhou mau ar.
[6]
INF Ficou paralítica, se calhar, tolhida dum lado, muitas vezes.
[7]
INF Limpa-se com uma boina [pausa] ou com uma meia dum homem com a boina da cabeça ou com a meia dum homem.
[8]
INF Sim.
[9]
Dum Tem que ser dum homem,
[10]
duma mulher não.
[11]
INF Qualquer homem.
[12]
Qualquer homem.
[13]
[pausa] Esse mau ar é limpo com a boina ou com a meia.
[14]
INF Olhe, quantas vezes um animal que está, se calhar, numa corte,
[15]
e vai,
[16]
abrem uma porta
[17]
e tumba!
[18]
E depois vai Eu não o sei limpar por acaso,
[19]
mas vai uma senhora
[20]
e limpa
[21]
e o animal levanta.
[22]
INF Reza-lhe umas palavras que eu não sei.
[23]
"Mau ar vai-te daqui,
[24]
[pausa] a boina e a meia andam atrás de ti"
[25]
Mas agora não sei mais para a frente.
[26]
É.
[27]
Limpa assim.
[28]
INF Ainda as .
[29]
Até aqui esta velhotinha do Jácome, [vocalização] a nossa vizinha que eu disse outro dia que sabia cantar, essa sabe, que limpava.
[30]
A nós, em nossa casa, também nos limpou.
[31]
INF Não,
[32]
porque muitas vezes, a gente não conta.
[33]
Se calhar, ao abrir uma porta, vem esse mau ar.
[34]
A gente não sabe donde é que vem.
[35]
INF Outras vezes, dizem:
[36]
"Olha, aquela botou-me mau olhado".
[37]
[pausa] Dizem assim.

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