Representação em frases

Santa Justa, excerto 17

LocalidadeSanta Justa (Coruche, Santarém)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Delfina

Texto: -


[1]
INF Agora sou viúva.
[2]
INF Sou viúva.
[3]
E faz agora para Março vinte e três anos.
[4]
INF Tinha cinquenta e quatro,
[5]
tenho setenta e sete.
[6]
INF Era, sim senhor.
[7]
E nasceu aqui também, ele.
[8]
INF E morreu
[9]
Aqui não.
[10]
Deu-lhe um ataque.
[11]
Fomos com ele para Lisboa.
[12]
Chegou ,
[13]
morreu.
[14]
Nessa noite.
[15]
INF Ah, ainda fui à escola,
[16]
mas saí logo.
[17]
INF Naquele tempo [vocalização] ia quem queria.
[18]
Depois cheguei ao fim da cartilha,
[19]
não sabia o que estava para trás,
[20]
a senhora passou-me para o princípio da cartilha.
[21]
Cheguei a casa,
[22]
disse à minha avó que foi quem me criou, que eu tinha quatro anos quando minha mãe morreu : "Ó avó, não vou à escola".
[23]
"Então porquê"?
[24]
"Olhe, a senhora passou-me para para o princípio.
[25]
Eu não sei Eu não sei o que está no princípio nem o que está no fim.
[26]
[vocalização] Eu não p- Eu não sou capaz de aprender".
[27]
"Eh, então não queres ir,
[28]
não vás"!
[29]
Pronto.
[30]
Dan- Dantes não obrigavam as pessoas.
[31]
Ia quem queria.
[32]
INF Ah, eu ele tinha doze anos, ou treze, quando comecei a trabalhar.
[33]
[vocalização] Trabalhava:
[34]
arrancava moitas de Inverno e mondava arroz de Verão
[35]
e e fazia-se muitas coisas.

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