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Santa Justa, excerto 17

LocationSanta Justa (Coruche, Santarém)
SubjectNão aplicável
Informant(s) Delfina
SurveyALEPG
Survey year1991
Interviewer(s)Maria Lobo Ernestina Carrilho
TranscriptionSandra Pereira
RevisionErnestina Carrilho
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMárcia Bolrinha
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF Agora sou viúva.
[2]
INF Sou viúva.
[3]
E faz agora para Março vinte e três anos.
[4]
INF Tinha cinquenta e quatro,
[5]
tenho setenta e sete.
[6]
INF Era, sim senhor.
[7]
E nasceu aqui também, ele.
[8]
INF E morreu
[9]
Aqui não.
[10]
Deu-lhe um ataque.
[11]
Fomos com ele para Lisboa.
[12]
Chegou ,
[13]
morreu.
[14]
Nessa noite.
[15]
INF Ah, ainda fui à escola,
[16]
mas saí logo.
[17]
INF Naquele tempo [vocalização] ia quem queria.
[18]
Depois cheguei ao fim da cartilha,
[19]
não sabia o que estava para trás,
[20]
a senhora passou-me para o princípio da cartilha.
[21]
Cheguei a casa,
[22]
disse à minha avó que foi quem me criou, que eu tinha quatro anos quando minha mãe morreu : "Ó avó, não vou à escola".
[23]
"Então porquê"?
[24]
"Olhe, a senhora passou-me para para o princípio.
[25]
Eu não sei Eu não sei o que está no princípio nem o que está no fim.
[26]
[vocalização] Eu não p- Eu não sou capaz de aprender".
[27]
"Eh, então não queres ir,
[28]
não vás"!
[29]
Pronto.
[30]
Dan- Dantes não obrigavam as pessoas.
[31]
Ia quem queria.
[32]
INF Ah, eu ele tinha doze anos, ou treze, quando comecei a trabalhar.
[33]
[vocalização] Trabalhava:
[34]
arrancava moitas de Inverno e mondava arroz de Verão
[35]
e e fazia-se muitas coisas.

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