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Unhais da Serra, excerto 16

LocalidadeUnhais da Serra (Covilhã, Castelo Branco)
AssuntoA rega
Informante(s) Dinora Delmiro Diomedes

Text: -


[1]
INF1 uma certa altura ali talvez em Abril, Maio
[2]
chamam uma sessão.
[3]
Juntam-se os, os [pausa] os proprietários e [pausa] mais alguém que queira ir comparecer,
[4]
e dizem assim:
[5]
"Bem, quem é que quer ficar com a rega- com a regadia"?
[6]
INF2 Os proprietários.
[7]
INF1 Pronto, aqui é, é, é [pausa] é de porta à eira.
[8]
INF2 É de porta à eira.
[9]
INF1 E outras.
[10]
INF3 outra além na frente.
[11]
INF1 Por exemplo, o senhor lança:
[12]
"Eu fico com ela a duzentos escudos"!
[13]
[pausa] E eu lanço:
[14]
"Eu fico com ela a duzentos e cinquenta"!
[15]
Aquele que mais é que fica!
[16]
INF2 Não, não.
[17]
INF3 Não, não.
[18]
É o que mais barato faz.
[19]
INF1 Ou o que mais barato faz, então é que fica.
[20]
INF2 Porque se fosse ao lanço, [pausa] aquilo ia para umas alturas!
[21]
INF1 E então
[22]
Pois.
[23]
INF2 Porque aquilo é
[24]
INF1 E então, se a senhora quer regar, desde o momento que entre a regadia, a senhora tem que pedir a água a esse senhor.
[25]
Porque senão a senhora tira, eu tiro, [vocalização] os meus sogros tiram,
[26]
a água não chega para ninguém
[27]
e não é para ninguém.
[28]
INF2 E jogam a bulha!
[29]
INF1 E jogam a bulha!
[30]
Por isso mesmo é que é que um juiz [pausa] para para dirigir a água.
[31]
INF2 Tem que ir manter a ordem.
[32]
INF1 Portanto, a gente quando quer regar
[33]
Não digo que não ali [pausa] uma vez e tire a água sem ordem,
[34]
mas isso é mau.
[35]
INF1 A gente tem que pedir a água.
[36]
Por isso mesmo, a gente paga para ele
[37]
INF1 A esse juiz.

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