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Unhais da Serra, excerto 26
Text: -
INF E depois vamos então à malha.
Estendem então o pão, [pausa] como que é umas camazinha.
INF Ao fundo a eira tem assim um bocadinho de bordo para o pão não sair fora, em caso de coiso.
O pão, depois, começam-lhe a bater,
e põem-no aqui ao fundo para não fugir, de cima da tora.
Se é com oito, quatro dalém e quatro daqui.
Os quatro que além estão, vêm malhar aqui aos meus pés.
[pausa] Os quatro dalém malham aqui.
Os daqui vão malhar quase aos pés dos dalém.
INF Que ele às vezes abriam a cabeça.
Quem sabia mal, às vezes descontrolava-se e…
INF Quatro Os daqui malhavam além e os dalém malhavam aqui.
Mas a força já era muita,
já então podia deixar o pão mais um bocadinho mais basto.
INF Porque a força já era muita.
INF À noite, depois de malhado, [pausa] atavam a palha,
o que crescesse, aquelas coisas, miudezas da espiga e tal,
E depois [vocalização] sempre lá aparecíamos…
Nesse tempo, quando era à tarde, sempre há um bocadinho de vento,
então com uma pá estendiam o fato, [pausa]
com uma pá de madeira, aventavam daqui o pão ao ar…
INF Estendiam ali uns toldos depois…
Depois, por exemplo, [vocalização] um espaço como esta sala, estendiam os toldos, todo o fato que tinham, para aventarem o pão ao ar, [vocalização]
o ventinho levava a porcaria fora, [pausa]
INF e o pão caía limpinho.
À noite, se se dava o caso de não haver vento, [pausa] metiam-no em sacos.
Não havendo vento, não podem limpar.
[pausa] Se não havia vento – que às vezes dava-se isso –, metiam-no em sacos
e ficava ali num monte na eira
e ficava lá um homem a guardar.
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