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Vila Pouca do Campo, excerto 14

LocationVila Pouca do Campo (Coimbra, Coimbra)
SubjectOs cereais
Informant(s) Dulcina
SurveyALEPG
Survey year1997
Interviewer(s)João Saramago Luísa Segura da Cruz
TranscriptionSandra Pereira
RevisionErnestina Carrilho
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF E depois a gente vínhamos então com o arroz para a eira,
[2]
botávamo-lo [vocalização] na eira,
[3]
INF metíamos-lhe o gado para o para o malhar,
[4]
e a gente de volta também
[5]
De noite!
[6]
Quando a gente vinha de, de de o atar do campo.
[7]
De noite,
[8]
que era para de dia a gente ir buscar do campo para casa.
[9]
INF Vejo ainda.
[10]
INF Era, sim senhora.
[11]
Justamente.
[12]
INF Sim, sim.
[13]
Atava-se,
[14]
fazia-se-lhe um ;
[15]
outros até atavam com arame.
[16]
INF Pois.
[17]
INF A mota
[18]
A mota do rio.
[19]
INF É uma [vocalização] o suporte do rio dum lado e do outro.
[20]
INF É É o [vocalização] rio
[21]
O senhor não sabe o rio Mondego?
[22]
INF Então tem
[23]
Não tem as, as as coisas de lado
[24]
INF Os lados de agora.
[25]
INF Agora está modificado
[26]
porque ele foi desassoreado.
[27]
INF não [vocalização]
[28]
Antigamente, no meu tempo, [pausa] era mais estreitinho.
[29]
INF Era a metade do rio.
[30]
Mas enchia muito quando chovia!
[31]
A gente aqui ficávamos com os campos todos alagados.
[32]
INF Sim, sim.
[33]
INF Era,
[34]
era,
[35]
era, sim senhor.
[36]
INF [vocalização] A mota era aqui deste lado,
[37]
ia uma dum lado e outra do outro.
[38]
INF Era terra.
[39]
Terra e árvores.
[40]
[pausa] Eram terras e árvores.
[41]
INF Era a margem do rio.
[42]
INF Era sim,
[43]
sim, sim.
[44]
INF Não,
[45]
essas marinhas de fo- de de fora eram baixinhas,
[46]
eram pequeninas.
[47]
INF A água estava estava mais alta,
[48]
mas quando ele era que chovia, que que o rio metia água, deitava fora.
[49]
E depois o rio até tinha alturas que quebrava.
[50]
A gente ficámos sem as culturas.
[51]
INF Oh!
[52]
Ficava tudo cheio de água!
[53]
Tivemos anos que a gente perdeu tudo.
[54]
INF E ninguém nos dava um tostão.
[55]
Agora ainda dão mais à ge- umas ajudas.
[56]
E a gente não nos davam não nos davam nada.
[57]
INF A resteva é ao sol.
[58]
A gente cortava de manhã e d- e durante o dia,
[59]
estava dois dias assim alargado na terra.
[60]
E a gente chamávamos-lhe a resteva.
[61]
INF Não, não, não, não.
[62]
INF É
[63]
INF Era para para ele secar
[64]
e depois e depois a gente ia
[65]
e atava-o.
[66]
INF A gente atava-o aos feixinhos para carregar para o carro.
[67]
INF Carregávamos as carradas,
[68]
depois vinham eles vinham aqui para a eira,
[69]
e a gente malhava que nem
[70]
Fazíamos os colmeiros [vocalização]
[71]
INF Os colmeiros.
[72]
Era
[73]
INF Os colmeiros era endireitar o arroz todo ao direito.
[74]
INF Fica direito, pois, para o gado depois ir e [vocalização] .
[75]
INF Não senhor.
[76]
Ficava ao alto.
[77]
Depois deitado ficava ele quando a gente metia o gado,
[78]
porque ao depois era sacudido com uns ancinhos.
[79]
INF Que Com uns ancinhos e com forquilhas.
[80]
A gente sacudia
[81]
e depois ficava o grão em baixo.
[82]
Depois era limpo.

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