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ALV21

Alvor, excerto 21

LocationAlvor (Portimão, Faro)
SubjectOs peixes e outros animais marinhos
Informant(s) Ápio Aristógenes
SurveyALEPG
Survey year1977
Interviewer(s)Gabriela Vitorino José Sobral
TranscriptionSandra Pereira
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

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INQ1 Olhe, aquele, aquele que é parecido, que é como se fosse um Ai, como é que se chama aquilo? Como se fosse um tubarão, mas pequenino?

INF1 Ah! É [vocalização] Aquilo é chama-se-lhe a gente um tubarão, tal e qual. É uma guelha. A gente chama aqui uma guelha. E quem diga o tintureira.

INQ1 Pois.

INF2 O tubarão pequenino é o anequim, homem!

INQ2 Pois.

INF1 Não [vocalização]. A rapariga diz que é um do espécie dum tubarão, [vocalização] um pequenino.

INF2 Então não é o anequim?

INF1 Não, é a guelha. Isso o anequim faz-se também. O anequim tem uma espécie de a guelha a tintureira é o mesmo e o anequim.

INQ2 O anequim é que, de que tamanho?

INF1 É o anequim que faz-se Vara-se, faz-se Que o anequim começa de coiso, depois de ter sete ou oito ou nove ou dez quilos.

INF2 O anequim é o peixe mais feroz do mar, homem!

INF1 É o anequim. E tem o olho branco. Isso é grandes. É [vocalização] avançado. É um peixe que pesa arrobas.

INQ2 Ai é? E aparecem ?

INF1 Aparece. O olho branco aparece fora. Agora a tintureira é um peixe muito terrível! Muito terrível! E é o anequim.

INQ1 Olhe, e outro mais pequeno que a tintureira, pequenino?

INF2 Pata-roxa.

INQ2 Diga, diga.

INF2 É pata-roxa.

INF1 É pata É uma espécie, mas é doutro género.

INF2 É o cação.

INF1 É o cação manso.

INF2 É.

INF1 E a pata-roxa.

INQ2 Pois. E, e o, e esses atacam o homem?

INF1 A tintureira ataca muito. O anequim não ataca tanto como a tintureira. O anequim se estivesse ferido.

INQ2 E mordem, é?

INF1 O anequim morde. O anequim despedaça uma pessoa. Se a gente apanha um anequim, que ele possa apanhar a gente, eu ele des- eu despedaço-o todo. Ele es- esfaqueia uma pessoa, o anequim. Agora, a tintureira, se uma pessoa vai tomar banho, [pausa] que esteja e não tenha calções, a tintureira ataca o homem. Sobe às partes. Vai logo direita à às partes do homem. Mata o homem. É preciso conta. Aqui ao rés de terra, não. Mas, às vezes, uma pessoa joga-se ao mar Não calha a ver mas, às vezes, aparece uma tintureira, a tintureira não tem medo do homem. Ataca o homem. A tintureira [vocalização] é o inimigo do homem.

INQ1 Como é que se chama essa?

INF1 Tintureira. Ou que seja a guelha.

INQ2 Pois. E que tamanho é, mais ou menos?

INF1 Chega a crescer muito. Chega a crescer muito. Chega a ter quase uma braça da gente, chega a ser do tamanho dum homem.

INF2 peixes, às vezes, que é quase dois homens.

INF1 Às vezes, chega E um peixe peixes daqueles que têm cinco, seis Aquilo sete, oito quilos, nove, dez quilos, é um peixe avultado. São peixes grandes.

INQ1 Mas não aparece aqui à borda de água, pois não?

INF1 Isso à borda de água é raro. Vêm também às vezes, mas é raro. E têm alguns ou duas ou três carreiras de dentes, têm serrilha tal e qual como uma serra, de lado em lado.

INF2 Igual como os humanos.

INF1 Uma espécie do anequim. Tem serrilha de lado em lado. E aquilo corta! Corta é fácil. Às vezes a gente leva sardinha e aquilo cortam, estraçam, sem dúvida nenhuma. Cortam Jogando a boca ao peito, parte logo o peito. Aquilo até nem nem se traçam; a nossa arte corta logo aquilo.

INF2 Traça que tem os dentes.

INF1 É uma serra completamente.


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