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CDR56

Cedros, excerto 56

LocationCedros (Horta, Horta)
SubjectA ceifa, a debulha e a desfolhada
Informant(s) Joana
SurveyALEPG
Survey year1977
Interviewer(s)João Saramago
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

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INF Porque aquela maunça era escolhida [vocalização] Havia pessoas que não tinham terras de trigo. [pausa] E não tinham terras de trigo, iam havia quem dava, mas também havia quem vendia , iam medir a terra Havia pessoas que compravam uma quarta de terra de palha. Ia-se corta- A pessoa que comprava a palha é que ia cortar. Cortava a palha, trazia para casa e escolhia o trigo melhor a palha melhor. [vocalização] Faziam-se maunças. Havia pessoas E aquelas maunças eram depois amarradas e postas às dúzias. Por exemplo, [vocalização] uma quarta de terra dava, por exemplo, dezasseis dúzias Não. Meia quarta é que dava dezasseis dúzias de palha. Porque também havia uma palha que rendia mais uma que a outra. Se o trigo fosse mais basto, se fosse melhor, dava mais palha. Portanto, ele dava escolhia-se as maunças, [pausa] amarravam-se e punham-se ao sol. E batia-se com uma maça, com a mesma maça que ma- que batiam o linho. E o re- o restolho, chamava-se o restolho, e [vocalização] amarrava-se em molhos e ia-se pôr em casa do dono, porque a gente trazia a palha para as nossas casas. E [vocalização] [pausa] E ia para casa do dono o restolho, para deitar na eira, para moer junto com o outro trigo, que era aquela palha que não prestava mas que tinha grão. O trigo que era das maunças, as pessoas esco- escolhiam o trigo, batiam as maunças, limpavam o trigo e iam pôr o trigo em casa do dono. E esse é que era o trigo muito limpo que as pessoas guardavam para ficar para semente, para semear para o outro ano, porque era um trigo muito limpo, muito escolhido. Havia também pessoas que não se importavam com a palha nem tinham e não eram muito e davam. A pessoa ia para Ia Muitas vezes ia-se escolher Também havia pessoas que escolhiam muita palha para vender e havia outros que escolhiam para os seus chaspéus para os seus chapéus. Mas não havia casa nenhuma que não escolhesse palha, que não tivesse a sua palha para fazer os seus chapéus. Portanto, também até se escolhia no dia de o trigo ir para a eira de, de. Levantavam-se muito cedo e iam pô- estender o trigo na eira. E depois escolhia-se os melho- os molhos de trigo melhor, de palha melhor e 'escapuchava-se'. Vai-se escapuchar umas maunças para se fazer os chapéus. [vocalização] era escapuchada a maunça. Ele podia-se jun- escolher duas dúzias ou três dúzias de palha, porque não dava tempo para escolher mais. E então amarrava-se a maunça, punha-se ao sol, e quando era ali onze horas, onze e meia, meio-dia, ia-se bater as maunças, que não se batiam com as maças. [vocalização] Então havia pessoas também que não gostavam tanto assim. Era escolhi- Era batida no, na, na no trilho, em baixo, a parte do chão que ia de rasto do trilho que ia de rasto na eira, batia-se as ma- Até os homens também ajudavam a bater. E batia-se sempre pelo lado Porque a gente, o gado iam encruzavam-se iam em volta e encruzavam-se , e batia-se sempre no trilho que estava por dentro, [pausa] para não respingar tanto para fora da eira.

INQ Rhum-rhum.

INF E depois esfregava-se em cestos, quando aquilo ficava Ficava batido mas não ficava bem E depois punha-se o cesto na beira da na banda do combro da eira e esfregava-se a maunça para cair o resto do trigo no [vocalização] dentro da eira.


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