COV21

Covo, excerto 21

LocalidadeCovo (Vale de Cambra, Aveiro)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Arquibaldo Bigail
InquéritoALEPG
Ano do inquérito1992
Inquiridor(es)Gabriela Vitorino
TranscriçãoSandra Pereira
RevisãoAna Maria Martins
Anotação POSSandra Pereira
Anotação sintáticaMélanie Pereira
LematizaçãoDiana Reis

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INF1 Olhe que uma vez

INF2 Ai!

INF1 Uma vez, eu estava aq- , [pausa] Que foi isso? Pois foi.

INF2

INF1 Eu estava aqui, [pausa]

INF2 De noite era!

INF1 e ouvi uns berros: " um, olha uma pessoa a berrar aqui em cima". Digo eu assim [pausa] para o meu filho: "Eh rapaz, está ali umas pessoas a berrar, que será? O que é que eles terão"?

INQ1 Mas era nevoeiro também?

INF1 [vocalização] Mas mau tempo! Diz ele: "Ó seu tolo, seu tolo, anda observar"! Mas ouvia-se ouviam-se aqueles gritos de aflição! Diz o meu filho: "E que era? É o senhor que virou o carro"!

INQ1 Ai, que horror!

INQ2 Ah!

INF1 Na estrada. Estava com o carro voltado!

INQ2 Meu Deus!

INF1 E eu ouvi, dei de [vocalização] da história

INQ1 Pois, pois.

INF1 [vocalização] E eu fui bota- Eu fui , disse: "Ó rapaz, anda mais eu". Diz: "Eu não vou". "Anda mais eu, homem!

INF2 É verdade. Aquela, aquele Aqueles gritos que aquela gente é de aflição. Vamos ".

INQ2 Pois.

INQ1 Claro.

INF1 E o moço foi. Fomos por ali fora, chegamos além, cada vez mais, cada vez depois de a gente se aproximar, ia atrás do sítio donde gritavam. Chegamos , olha, o carro virado de baixo para cima e era um homem sozinho, e não o virava. Pois como é que ele virava?!

INQ2 Não conseguia.

INF1 Virou à valeta!

INQ1 Claro.

INF2 Ah! Pois não.

INF1 Nós chegamos , disse: "Ó patrão, você o que é que tem"? "Ó patrão, pelo amor de Deus veja se nos acode como me acode, eu estou aqui, eu morro"!

INQ2 Era sozinho?

INF2 Sozinho!

INF1 Disse: "Ó homem, você não morre nada! Você agora não morre"!

INQ2 Pois.

INF1 "Você, nós vamos ver se conseguimos a virar-lhe o carro. Se lhe nós conseguir a virar o carro, muito bem; se lhe não conseguir a virar o carro, você vai para baixo para a povoação para onde a mim. Para a minha casa"!

INQ1 Pois.

INF1 O homenzito, coitado,

INF2 E ele donde era, Arquibaldo?

INF1 Ele [pausa] ele disse que era de [pausa] de São João da Madeira, homem!

INQ1 Rhum-rhum!

INF2 Muito longe, muito longe!

INF1 São João da Madeira! Depois eu andei mais o meu filho e ele e andámos e virámos o carro e depois ele botou-o a trabalhar e o homem [pausa] queria-nos pagar. "Ó homem, não paga nada! Você à sua vida e venha embora, se quiser"! "Não, não, não. Eu agora vou na estrada, vou mais devagar e vou". "Está bem". Com o nevoeiro!

INQ1 Pois.

INQ2 Pois, pois.

INF1 Ora, [pausa] morria!

INQ2 Pois claro.

INQ1 Ah, claro, ali ao frio.

INF2 Morria, morria.

INF1 Morria, coitado! Então


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