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LVR04

Lavre, excerto 4

LocationLavre (Montemor-o-Novo, Évora)
SubjectO sobreiro e a cortiça
Informant(s) Aramis
SurveyALEPG
Survey year1995
Interviewer(s)Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

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INQ Portanto, aquilo chamam uma quê?

INF Prancha.

INQ Uma prancha de cortiça.

INF Uma prancha.

INQ E portanto, quando o senhor, quando os senhores tiravam a cortiça, depois tinham que pôr a cortiça toda em?

INF Em pilha.

INQ Chamavam uma pilha?

INF Punham em . Era carregada Era carregada com tra- com carros de antigamente, e hoje como é e agora é com tractores, e depois andam uns homens a empilhar, fazem uma pilha, que é para depois ser pesada que hoje não é pesada; hoje vendem tudo é a o- é assim a olho

INQ A olho.

INF A um tanto É até ao metro quadrado! [vocalização] Eles sabem, mais ou menos, que um metro quadrado de pilha tan- tem tantos arrobas de cortiça. E então fazem aquilo assim. Tanto, as suas as suas coisas entre eles porque porque quem compra acha que que tem menos arrobas de cortiça e quem vende acha também que tem mais qualquer coisa. sempre aquelas [vocalização] coisas.

INQ Pois.

INF E antigamente não era assim. Antigamente chegava-se ali, lançava-se o peso da cortiça, iam para uns homens uma porção de homens pesar com três ou quatro balanças, pesava-se a cortiça toda e o que ela dava é que eles vendiam. Hoje não é Hoje não esta coisa de peso.

INQ E eles não faziam fardos de cortiça?

INF Faziam, sim senhora. Que eram carregados em fardos para as fábricas. Que hoje também não se carrega. Hoje também é tudo em camionetes. [vocalização] Pxt! Ala! Directamente. E dantes havia uns era uns fardos, que vinham dentro duns uns carros de parelhas que havia aqui na nossa região , carregados para Vendas Novas para a estação de caminho-de-ferro e dali saíam para as para as estações, para a, para as para as fábricas.

INQ Rhum-rhum.

INF Era tudo coisas que [vocalização] O antigo!

INQ Pois, pois.

INF E era assim que se governava a gente. E era assim que se a gente vivia!


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