INQ Portanto, quando aparece assim uma fruta…
INF Aquele dono… Não se esqueça.
INQ Diga.
INF Aquele dono que era lá da propriedade onde as meninas ficam, tudo…
INQ Rhum-rhum.
INF Ele [vocalização] era doutor de mal de peles. E apanhava a fruta ou mandava apanhar. Tinha lá muita fruta. Aquilo era u- uma quinta que aquilo era ali um algarve! Aquilo nem nem queira imaginar! Aquilo Aquilo era tudo quanto era rico! Cá fora, não está uma correnteza de casas com uma varanda de baixo?
INQ Isso.
INF Era a casa dos criados! Tinha tudo quanto era preciso! Isso aí era a casa dos criados. Cá em baixo, há a eira, há uma casa ao lado que é a casa da eira, há um barracão daquele lado dali – esse era do gado; é os tais barracões que usavam dantes para o gado em ficar, que nós acabámos de falar aí.
INQ Sim, sim. Rhum.
INF E ele dizia muita vez que nós que não sabíamos comer fruta, que a gente nunca devia de debulhar a fruta. Tirar aquele veio de dentro, limpar tudo, que é isso que é que faz mal. Que propriamente a casca, apanhava-se, e ti- limpava-se o podre, ou limpava-se toda por dentro e comia com a casca. Cortava-se aos bocadinhos e comia. Que a casca que ajuda a fazer a digestão, dizia ele muita vez… E ele E ele nunca queria nem! Para as criadas era a mesma coisa: nunca queria que, que que descascassem a fruta.