R&D Unit funded by

OUT40

Outeiro, excerto 40

LocationOuteiro (Bragança, Bragança)
SubjectO moinho, a farinha e a panificação
Informant(s) Aulo Aureliano Calíope
SurveyALEPG
Survey year1994
Interviewer(s)Manuela Barros Ferreira Luísa Segura da Cruz
TranscriptionCatarina Magro
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

Javascript seems to be turned off, or there was a communication error. Turn on Javascript for more display options.


INQ1 Olhe, diga-me uma coisa, no moinho, como é que, como é que desviam a água para o moinho?

INF1 Ah! Tem cãles. [pausa] Tem assim caleira cãles. E depois pomos-lhe na frente chamam-lhe as comportas uma tábua.

INQ1 Rhum-rhum. Sim.

INF1 Com dois paus para fechar.

INQ1 Portanto, não têm cubo, o moinho com cubo?

INF1 Com cubo é aquele ali da de ao da ponte.

INQ1 Ah!

INF1 Do santuário, ali, da parte de cima.

INQ1 Pois.

INF1 Agora, o nosso não. O nosso é cãle e depois pomos-lhe uma tábua com uns paus.

INQ1 E no, no ribeiro, no rio, fazem alguma coisa para, para a água?

INF1 Tem a presa, a presa para puxar a água para , e depois temos-lhe um golete assim.

INQ1 Um quê?

INF1 Um golete [vocalização] na frente. Que pomos-lhe as tábuas e depois temos um golete para a água ir [pausa]

INQ1 Bater aonde?

INF1 Para sair do rio, da presa para baixo.

INQ2 O golete é assim também um sítio onde fica a água?

INF1 É. Depois é tapado.

INQ2 Sim.

INF1 Pomos-lhe uma tábua e depois vai para o vai para as pedras.

INQ1 Que é tal, que é a tal comporta?

INF1 É a [vocalização] tal comporta.

INQ2 E depois?

INQ1 E depois onde é que bate, a água?

INF1 No rodízio. No rodízio, e o rodízio é que faz andar a pedra.

INF2 Depois faz-lhe andar o rodízio [pausa] e a pedra é com o que mói o pão.

INF1 Porque

INQ1 E o rodízio tem o quê? Como é que se chamam aquelas coisas?

INF1 Tem-lhe Tem umas uma coisa de ferro [pausa] na ponta do rodízio, que o rodízio é de pau

INQ2 Pois.

INF1 O rodízio é de pau, e por baixo é de ásperas. Assim no É um aro, largo, e depois tem aquilo ásperas. Para a água bater nas ásperas e ele rodar.

INQ1 As ásperas é onde bate a água?

INF1 É.

INF2 É sim.

INF1 Bate a água [pausa] ao redor.

INQ1 Olhe

INF2 Olhe, a água até faz faz andar [pausa] o rodízio e o rodízio faz andar em cima a pedra.

INF1 O rodízio.

INQ1 E o que é que vai, como é que se chama aquela coisa que vai debaixo para cima, para a pedra? É assim uma espécie de um eixo?

INF1 Pois é um como sendo um eixo.

INF2 É.

INF1 Como nós agora, nós pomos-lhe um pau ou uma

INF3 Eu disso não lhe posso explicar, que eu disso não sei, isso não sei nada.

INF1 Não não posso É que não lhe posso explicar bem o nome, o nome bem do pau.

INQ2 Esta senhora explica.

INF3 Posso-lhe mostrar o meu que tenho ali mas este é

INQ1 É eléctrico.

INQ2 Não.

INF1 Não. Mas esse é diferente. Esse é eléctrico. É diferente.

INF3 Este é de É a electricidade. Mas esse conhecem, ele ?

INQ2 Gostávamos de saber os rodízios? Sim.

INQ1 Sim. Olhe, mas o rodízio, ele os rodízios têm uma pedrinha por baixo, onde gira?

INF1 Têm, uma joguinha. Uma joguinha que é donde é que ele se põe a boqueja e depois é que ele anda.

INF2 É onde tem o o, o

INF3 Pois, isso

INF1 A senhora também sabe do moinho!

INQ2 Pois, eu temos visto noutros sítios.

INQ1 Pois, temos visto noutros sítios. Estou a ver se é igual.

INF1 Pois, em baixo. Agora assim no chão tem uma pedra assim, e depois ele trabalha ali como sendo uma porta.

INQ2 Rhum-rhum.

INF2 A água faz é rodar o rodízio sempre

INF1 Como sendo uma porta. É. Depois a água

INF3 , além disso, eu não lhe sei explicar.

INF1 É o mesmo que sendo o vento, também.

INQ1 Pois mas aqui não de vento?

INF1 Não senhor. De vento não. Não por abaixo.

INQ2 Pois.

INF1 Para aqui não. Nem nunca


Download XMLDownload textWaveform viewSentence view