INF Os campos, está aí tudo, tudo por cultivar. Vai O arvoredo vai-se perdendo [pausa] por causa [pausa] de [vocalização] da falta da cultivação. E [vocalização] E as sementeiras [pausa] também não dão, [pausa] porque [pausa] as despesas são muitas. [pausa] E, hoje, [pausa] isto vem tudo [pausa] mesmo pela natureza, sabe. É porque [vocalização] antigamente semeávamos [pausa] as terras [pausa] e nascia [pausa] erva [pausa] útil para os animais . [pausa] E, então, era bom [pausa] a gente aproveitar aquelas ervas para os animais. Sustentávamos os animais de [vocalização] da terra, tanto das ervas [pausa] como, [pausa] [vocalização] sim [vocalização], a palha [pausa] desses, desses, fru-, desses dessas sementeiras. E hoje [pausa] es- há umas ervas que não deixa criar as tais ervas [pausa] que eram úteis para os animais [pausa] e não deixa criar [pausa] as sementes que a gente semeia – que é uma [pausa] erva [pausa] que lhe chamam a erva-azeda. Quer dizer, aqui na nossa [pausa] na nossa zona chama-se erva-azeda e chamávamos, também, campainhas. E, noutros sítios, tem um outro [pausa] um outro nome.
INQ É aquele das flores amarelas?
INF Pois. Não deix-. E [vocalização] E quem foi que semeou [pausa] essa semente? Apareceu. [pausa] Aqui há anos, [pausa] nascia [vocalização] aqueles pezinhos de erva [pausa] aí nos barrancos, [pausa] nas correntes de água, [pausa] entre meio das silvas, às vezes por baixo de uma figueira . [pausa] E agora, [pausa] há aqui de uns cinco ou seis anos para cá, [pausa] é [vocalização] [pausa] é a terra toda tapada daqui ali. E as outras ervas não nascem; não se criam, porque aquela não deixa. [pausa] E a gente vamos semear [vocalização] as terras, [pausa] vem aquela erva, [pausa] abafa [pausa] as sementeiras e já não se cria.
INQ Pois, pois.
INF Ora, é claro, isto é [pausa] o [vocalização] que se está a ver. Eu, pelo menos, vejo assim. Vejo que isto é mesmo da natureza.