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PAL33

Alte, excerto 33

LocationAlte (Loulé, Faro)
SubjectO sobreiro e a cortiça
Informant(s) Acidino Acilino Adalberto
SurveyALEPG
Survey year1977
Interviewer(s)Gabriela Vitorino José Manuel Feio
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

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INQ1 Os homens que cortam essas placas de cortiça, utilizam alguma coisa para pôr em cima para, em cima a cortiça e depois cortar, ou não?

INF1 Não.

INQ1 Não fazem com

INF1 com a machada, [vocalização] andam com a machada.

INQ1 Sim senhor. Olhe, um sobreiro depois de se, uma sobreira depois de se ter tirado a cortiça, como é que se diz? Como é que se chama?

INF1 A cort-, depois A sobreira depois de tirar a cortiça? [pausa] É uma sobreira, [pausa] fica sempre sendo sobreira, sempre à mesma.

INQ1 Não dizem que está?

INF1 Não senhor. A cortiç- A sobreira é sempre sobreira.

INQ1 Olhe e aquelas coisas redondas, que depois serve para beber água, que se

INF1 Isso é o Isso é o cocharro.

INF2 coisas fantásticas!

INF1 Isso é o É um cotovelo, [pausa] digamos assim. Porque corta com a depois de tirar a [vocalização] [pausa] a folha de cortiça, tem um cotovelo, a gente depois corta-lhe um pedaço e tira. [pausa] tira o cocharro [pausa], pois.

INF2 É um cotovelo, é o cotovelo da árvore.

INF3 Faz um cocharro para puxar para fora.

INQ1 Sim senhor.

INF2 Ele aparece por ?

INF1 Aparece. Ainda um dia destes, eu estive com uns dois na mão.

INF3 Com o quê?

INF2 ?

INF3 O quê?

INF2 nessas serras também se sofre muito.

INF3 Umas ceifas duras, ?

INQ1 Olhe e não se diz?

INF2 Não vou fazer esforço nenhum.

INF1 Pst, escuta , aqui para a gente, enquanto ou estamos com atenção a uma coisa ou com a outra.

INF2 Oh!

INQ1 Faziam também umas coisas de cortiça para levar comida ou não? Ou não utilizavam para aqui isso?

INF1 Não, aqui não utilizavam isso, não. Agora é que vão utilizando é barris [pausa]

INQ1 Barris de cortiça?

INF1 depois de fazerem os barris de cortiça para levar a água.

INQ1 Ah, sim.

INF1 Que até aqui

INQ2 Mas aqui os, os trabalhadores?

INF1 Havia Isso é do Alentejo. No Alentejo é que usam umas marmitas, que a gente tem visto

INQ1 Mas aqui não usam?

INF1 Não, aqui não tem usado nada disso, não. Agora é que vão usando é uns barris.

INQ1 Olhe, então aquilo que serve para tapar as garrafas é, que se faz de cortiça?

INF1 É a rolha.

INQ1 É uma rolha. Olhe e a outra árvore que é parecida com,

INQ2 O sobreiro.

INQ1 com a sobreira, mas que?

INF1 É o a- [vocalização] o azinho. É o a- [vocalização] a azinheira.

INQ1 Aqui estão

INF1 Eles chamam, a gente ch- A gente chama-lhe chaparros, chama-lhe [vocalização] azinheiras.

INQ1 O chaparro, o que é?

INF1 É o chaparro, quer dizer, que é o princípio de uma azinheira.

INQ1 Ah! Sim senhor. Não chamam carrasco?

INF1 Uma azinheira é quando é grande.

INQ1 Não chamam carrasco?

INF1 Carrasco é quando é pequenino. Quando é pequeno.

INQ1 Portanto, primeiro é

INF1 Primeiro é o carrasco.

INQ1 Primeiro é o carrasco. E depois a seguir?

INF1 E depois é o chaparro. Depois é chaparro.

INQ1 E depois é que é a azinheira?

INF1 E depois é a azinheira.

INQ1 Sim senhor.

INQ2 E dizem azinheira ou azinho, é tudo a mesma coisa?

INF1 É a mesma coisa. Porque [vocalização] É o azinho, porque a [vocalização] madeira [pausa] corta-se, deixou de ser azinheira, passou a ser azinho.


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