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PST17

Camacha, excerto 17

LocationCamacha (Porto Santo, Funchal)
SubjectO moinho, a farinha e a panificação
Informant(s) Acidália Afonso
SurveyALEPG
Survey year1994
Interviewer(s)Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

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INF1 Não ponho inteiro assim para eles ir cortando. Corto a meio [pausa] e depois daquela metade, faço faço-o às fatias.

INQ Sim senhor. Olhe, e para os miúdos também se costumava fazer assim uns pãezinhos mais pequenos, sei , as pessoas que tinham em casa crianças?

INF1 Não, às vezes, fazia-se uma rosquilhinha para cada um; mas eles agora, praticamente que depois de ser grande, nem sequer querem a rosquilha.

INQ Claro.

INF1 Mas de primeiro adora-se a [vocalização] minha. Ainda tenho aqui uma netinha de dez anos, que ela, quando eu estou amassando, ela pergunta logo por a rosquilha. Pergunta logo por a sua rosquilhinha. E meu o meu marido também gosta muito de uma rosquilhinha.

INQ Sim senhor. Olhe, e o pão vai para dentro do forno para quê? Para cozer

INF1 Para cozer! Quando é muito, o pão, a gente começa a deitar assim [pausa] encostadinho, que é por causa de levar tudo. Deita-se aquela roda toda do forno [pausa] e depois é que se vai deitando outra vez. Quando, por exemplo, o meu leva [vocalização] quinze, dezoito pães, para não ficar muito pegado eu não gosto do pão muito pegado, que fica aqueles cantos [vocalização]

INQ Pois, pois.

INF1 Sim senhora. Quando é nove, dez, cozo mais à vontade, nem sequer às vezes tocam toca um no outro. Sim senhora.

INQ Sim senhor. Olhe, e não havia uma coisa com que se, que servia para, para mexer as brasas dentro do forno, para espalhar?

INF1 Então não ?!

INQ Como é que se chama?

INF1 o esbraseador. o ba-

INQ Que é um pau comprido?

INF2 É um pau assim, como é este, mais comprido e [vocalização] para esbrasear o forno.

INF1 E o esbraseador, o varredouro

INQ Que é o quê?

INF1 Que é o pano [vocalização] Que é o pau que tem o pano preso para tirar as brasas.

INQ Que tem que molhar?

INF1 Tem que molhar. E o rodo [pausa] e a .

INQ E o rodo, veja se o rodo é assim parecido com isto? É assim uma coisa

INF1 É.

INQ É parecido com isto?

INF1 É, sim senhora.

INQ É o seis.

INF1 Isto é a .

INF2 Tem ali para lhe mostrar.

INQ A era redonda?

INF1 É redonda.

INQ Sim senhor. Olhe, e toda a gente tinha, toda a gente tinha forno? Ou tinha que se ir cozer

INF1 Ah, a maior parte de gente não tem forno e a mai- e a maior parte de gente que o tinham desmancharam por causa de arranjar as cozinhas. Agora o lar é azulejos e uma jarra de flores. Agora ninguém quer [vocalização]

INF2

INQ Mas as, mas as pessoas, por exemplo, quando Toda a gente tinha em casa, um forno?

INF1 Não, a maior parte de gente não tinha.

INQ Não tinha.

INF1 aquelas

INQ E portanto, iam cozer a casa de outra pessoa? Ou não? Pediam emprestado.

INF1 Ah iam, se fosse, assim no Natal ou qualquer coisa, fazer umas broas ou qualquer coisa, que a maior parte não se ligavam [vocalização] umas com as outras a dizer: "Ah, va- vou amassar mais tu" ou qualquer coisa. Que muita gente que não se importa [vocalização], nem pão do forno, nem quer ter trabalho. "Broas, mando fazer".

INQ Não, mas eu digo antigamente, eu digo antigamente. Não é agora, que agora pão.

INF1 Ah ant Ah, antigamente , os poucos casais que havia, quase tudo tinha o seu forno.


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