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STE25

Pedras de São Pedro, excerto 25

LocationPedras de São Pedro (Vila do Porto, Ponta Delgada)
SubjectA agricultura
Informant(s) Idalécio
SurveyALEPG
Survey year1996
Interviewer(s)João Saramago Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

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INQ1 Olhe, diga-me o seu nome, se faz favor.

INF Idalécio Inocêncio Ínsua Isaac.

INQ1 E a sua idade?

INF Eu nasci em 24 34, tenho sessenta e dois anos.

INQ1 Sessenta e dois. E, portanto, e é daqui das Pedras?

INF Sou! Nasci e criei-me aqui.

INQ1 Esteve sempre

INF Sempre no mesmo lu- lugar!

INQ1 E para fora de visita eventualmente ao Canadá e nem isso?

INF Não, fui à América de visita, em 1980, e então tenho ido a Ponta Delgada várias vezes.

INQ1 Pois.

INF É.

INQ2 Mas assim para estar? Não.

INF Não, não, não senhora.

INQ1 Rhum-rhum. Portanto, eu posso dizer que os pescadores to-, toda a sua vida trabalharam no mar, e o se-, e o senhor Idalécio toda a sua vida trabalhou?

INF Toda a minha vida trabalhei na terra. Agora estou inválido mas ainda gosto de tarraçar alguma coisa.

INQ1 Pois.

INF É.

INQ1 Hoje estava a tratar do, dos gueixos ou Ah, estava a sua senhora, a sua senhora?

INF Não, fui trat- tratar do gado e estive a fa- a limpar os os [vocalização] valados da das terras para a água correr de Inverno.

INQ1 Rhum-rhum. Como é que é o valado?

INF Pois, ele o valado é, por exemplo: isto é um cerrado e assim numa beira tenho aqui um valado por onde vai a água e escorre. E depois a gente tem que ter aquele valado limpo para [pausa] A água vai sempre seguindo o seu destino.

INQ1 Rhum-rhum.

INF Vai para o mar, se sabe.

INQ1 Claro. E nesse

INQ2 Portanto, o valado Deixa-me perguntar: o valado é mais baixo então?

INF Mais baixo que a terra. [pausa] É.

INQ1 E na, nos outros cerrados não era costume fazer assim um rego a meio, que era para?

INF Ai, era da É os regos de água. Chama-se regos de água. E depois tem aqueles outros valados nas barreiras, que é para onde aquela água vai e depois vai para as ribeiras, para as grotas, para os regatos.

INQ1 Portanto, esse rego leva para o, para o valado e depois do valado é que segue para as grotas?

INF É que vai para as, para as para as grotas. É.

INQ1 E todas as, e todos os cerrados e terras tinham essa coisa?

INF Tinham, mas não têm.

INQ1 Pois.

INF É.

INQ1 Sim senhor.

INF Estão uns hoje estão de pasto.

INQ1 Olhe, normalmente a que é, a que é que se chama aqui um cerrado, um cerrado?

INF Um cerrado Ele um cerrado chama-se, por exemplo, quando é um bocado de terra grande, chama-se um cerrado. Mas também quem tenha um bocadinho pequenino e trata-o por cerrado.

INQ1 E normalmente tem à volta o quê? Tem?

INF [vocalização] uns que têm paredes. A maioria tem paredes. E outros não têm nada. Quer dizer, a gente confina com este aqui deste lado e aqui com o outro.

INQ1 Rhum-rhum.

INF Outros têm um tapume com arame farpado; outros têm silvado, que faz um bardo. E é assim é que se faz.

INQ2 Rhum-rhum.

INQ1 Rhum-rhum. Portanto, um bardo é o quê?

INF É silvas.

INQ1 silvas?

INF É silvas.


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