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TRC30

São Mateus da Calheta, excerto 30

LocationSão Mateus da Calheta (Angra do Heroísmo, Angra do Heroísmo)
SubjectOs barcos e a pesca
Informant(s) Caio
SurveyALEPG
Survey year1981
Interviewer(s)João Saramago Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationSandra Pereira Márcia Bolrinha
LemmatizationDiana Reis

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INQ1 Aquele que é o dono do barco, portanto, quem é que manda no barco como é que se chama?

INF A gente, ele à [vocalização] à moda da Madeira é o arrais e aqui é o mestre.

INQ1 O senhor também andou à pesca na Madeira, foi?

INF Não senhor. Eu [vocalização] andei à alvacora mas foi muito tempo.

INQ1 Rhum-rhum.

INF Aquela Aquela pesca dava tanto como essa.

INQ1 Dava quê?

INF Dava tanto como essa. Nenhuma delas nada! [pausa] Eu experimentei tanta vida [pausa] e o dinheiro é é cada vez menos. estive na baleia que nem sequer um par de calças me deu!

INQ1 Mas era, onde é que arreavam aqui?

INF Ora, se fosse preciso era aqui mesmo.

INQ1 Era mesmo aqui?

INF Olha aqui as lanchas a cair, oh! Esses cães, esses donos desses cães é que é que criam dores à gente. E aq-, e a E aquele balcão grande que está ali em cima O senhor está a ver aquela casa azul?

INQ1 Azul? Estou. Mais abaixo

INF Onde, onde está Onde está aquele mastro, assim para cima?

INQ1 Sim, sim.

INF Aquilo é que era a [vocalização] companhia ali.

INQ2 Mas muito tempo que deixou de?

INF Sim senhor. E eu E eu agora é que me estou a queixar dos braços é, é e é das pernas da água que eu apanhei!

INQ1 Mas depois Mas rebocavam as baleias para aqui ou tinham que levar para outra ilha?

INF Para o Pico. A gente, a gente tinha muita vez que vinha aqui para o Negrito, [pausa] a remos. A gente a gente, a ge-, pe- penava muito. A remos! [vocalização] E depois a gente demos em cramar que o trabalho que era muito, [pausa] depois é que deu em botar para o Pico. O Pico ainda foi pior, que eles eles, eles davam a conta de todo o azeite à gente o que queriam. Roubavam à gente!


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