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TRC53

Fontinhas, excerto 53

LocationFontinhas (Praia da Vitória, Angra do Heroísmo)
SubjectAs árvores
Informant(s) Celisa Camolino
SurveyALEPG
Survey year1979
Interviewer(s)Gabriela Vitorino João Saramago
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationSandra Pereira Márcia Bolrinha
LemmatizationMárcia Bolrinha

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INQ1 Olhe, e aquelas que andam nas couves?

INF1 Lagartas. As borboletas é que punham. É que o seu o seu fazer cocó é nas couves [vocalização] para fazerem lagartas. Põem, enchem tudo de lagartas.

INF2 Ah! Ele por o senhor estar a falar nas borboletas, eu vou-lhe contar outro. Havia [pausa] um cantador, [pausa] era um Egídio e morava aqui para o lado da cidade.

INF1 Era ali na cidade que ele morava.

INF2 E agora veio cantar cantorias

INF1 Mas era ali no Lajedo!

INF2 Mas e- era de noite. As cantorias eram de noite.

INF1 Eram de noite.

INF2 E depois era de noite, a borboleta aplantava à lanterna. E depois ele virou-se para a para a lanterna, diz: "A borboleta morre na luz, o soldado na batalha, Cristo na cruz e a gente onde calha". É uma cantiga de peso.

INQ1 É verdade.

INF2 Cristo morreu na cruz!

INQ1 Pois.

INF2 E a gente onde é que vai morrer?! O senhor sabe se morre aqui neste cantinho, se morre na cidade, se morre na sua Não sabe.

INQ1 Pois.

INF1 É como calha. A gente morre por onde calha.

INF2 Porque é uma cantiga, mas é uma cantiga de peso.

INQ1 Sim senhora.

INF2 O tal co- O gajo cantava bem! Cantava bem o gajo, era ele. Nunca me esqueceu esta.

INQ1 Olhe, e, a senhora diga-me aquele, aquela coisa que disse bocado à sua neta da, da casa quanto

INF1 Ah! Casa quanta vejas Casa quanta mores e terra quanta vejas!

INQ1 E o que é que isso quer dizer?

INF1 Quer dizer que [vocalização] a casa, qualquer uma casa serve para a gente morar, não precisa de tolices! O que querem dizer é isto!

INQ1 Sim, sim.

INF1 Os antigos é que diziam. E a terra, eram muito esgalgados, queriam era comprar terras, queriam era muita terra para ter que comer, para ter muita terra, para ter muitos alqueires de terra.

INQ1 Claro!

INF1 Depois a casa, eles não se Era uma casa!

INQ2 Pois.

INF1 Era uma casa para morar! Logo que tivesse uma porta e janelas para eles se fecharem dentro, [pausa] era o que eles queriam.

INQ1 Era o que interessava.

INF1 E agora terras, queriam era comprar terras que era para para ser muito ricos. E as casas, não queriam fazer benefícios nenhuns.

INQ1 Sim senhora.

INF1 Estava modos de ele morar, pronto! Um senhor Cândido, que é do senhor Cantídio, da cidade talvez o senhor conheça

INQ2 Não.

INF2 Não!

INF1 Não? A sua filha casou com o tal senhor Cândido, que mora aqui em baixo, casou com esse senhor, [vocalização] filho do senhor Cantídio Isso era um homem rico que era medonho! [pausa] Mas tinha uma casa que hoje não vale nada ao dessas por aqui [pausa] destas casas que se fazem agora!

INF2 O filho era

INQ1 Pois.


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