INQ Disse que ainda se lembrava quando a sua, a sua mãe, quando a senhora era pequenina, do trabalho do linho.
INF Ele não era da minha… Era um vizinho que a gente acolá tinha.
INQ O seu vizinho.
INF Olhe, o trabalho do linho: era semeado como a semente do nabo. Depois era, era crescia e a gente… Lá agora, naquele tempo não havia químicas.
INQ Pois.
INF A gente mondava-o… Era só um senhor que aí o teve. E eu, na minha… Já era assim espigadita, que eu já lá… Até lho ia lá mondar, mais juntávamos as cachopas e íamos-lho lá mondar.
INQ Rhum-rhum.
INF É mondado, depois é crescido [pausa] e depois é vinga; e depois tem, vai vai para o sedeiro.
INQ Logo não.
INF Ali em estando vingado.
INQ Mas quando ele vingava tinha que se quê?
INF É cortado…
INQ Ai, não era arrancado?
INF Não senhora. Era cortado.
INQ Ai era cortado?
INF Era cortado coma como a erva. E
INQ E depois não ia para dentro de água?
INF Não senhora. Isso é só no fim. [pausa] Ia s- Ia ser sedado, que era para deixar cair a a semente.
INQ Como é que se chamava essa semente?
INF [vocalização] Essa semente era umas coisinhas assim, assim. Dá umas umas cabecitas. E [vocalização] E depois ia para o sedeiro que era para deixar cair a semente. Depois então havia uma dobadoira – que era uma uma coisa com muito prego – onde aquilo ficava só quase em linhas. Batia-se, batia-se, batia-se e ficava só quase em linhas.
INQ Rhum-rhum.
INF [vocalização] Depois então era quando havia então a dobadoira e botava-se assim em, em, na na roca, assim aos fiinhos assim. E assim então já tinha a dobadoira quatro quatro assim, quatro qu- quinas. E a gente atava numa ponta. A gente não. Eles é que… Naquela altura eles é que o arranjavam. E depois ficava, ficava e atavam assim; depois tinham umas umas agulhas já próprias para o para o desfiar. E era assim que eu o vi arranjar, mas mais nada já não vi.