ALC15

Alcochete, excerto 15

LocalidadeAlcochete (Alcochete, Setúbal)
AssuntoA vinha e o vinho
Informante(s) Anselmo

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INQ Então explique-me como é que faz?

INF Os bacelos [pausa] são postos Abre-se-o dum metro de altura de fundura e [vocalização] um metro de largura. Depois faz-se uma vala dessa altura, dessa dessa fundura. Depois mete-se mato, depois mete-se estrume e depois mete-se o bacelo, aperta-se com terra e tapa-se. Depois dali nasce [pausa] em tendo ao fim de um ano, bem enxertado da qualidade da uva que a gente quer.

INQ Como é que faz?

INF Vem Vem um um enxertador. Traz uma navalha preparada para isso. Corta o o americano [pausa] do bacelo que se pôs americano , corta, abre e mete um garfo dentro daquele daquela racha. E depois aperta com uma rafa ráfiae depois tapa com terra. [pausa] Depois, ali em Março, arrebenta. Depois nasce uma cepa.

INQ Nasce o quê?

INF Depois, faz-se uma cepa.

INQ Cepa.

INF Para dar uva.

INQ Portanto, aquilo que s-, uva é a cepa?

INF É a cepa.

INQ Olhe, e às vezes não costuma pôr assim uns arames altos para fazer uma?

INF Isso é para Isso é para fazer um [vocalização] caramachão.

INQ Caramanchão.

INF Caramachão, pois, que abri- é para fazer sombra e a gente chama uma parreira.

INQ É isso que eu quero que o senhor me diga.

INF É. A gente, a gente chama uma uma parreira. Tem então os cachos das uvas pendurados.

INQ Olhe, e quando está aquilo tudo, aquele campo é um campo de quê?

INF É uma vinha [pausa] uma fazenda! Ele qualquer nome destes se se emprega. [pausa] Em vinha Se tem tem cepas, é uma vinha, [pausa] que tem vinha. E se tem, e se não E se está nua para semear outras searas, uma fazenda.


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