INQ Explique-me tudo o que se fazia com a azeitona, quando se apanhava. Depois onde é que se, onde é que se trazia, para onde é que se levava e o que é que se fazia com ela?
INF Bem, isso [vocalização]… Quer dizer, aquele que mandava moer a [vocalização] a azeitona, levava-a para o lagar. E aquele que não [vocalização], que não, [pausa] que a vendia, ia levá-la à comissão.
INQ E, quando a levava para o lagar, aquele sítio onde a azeitona ficava lá guardada?
INF É [vocalização] É uma tulha [pausa] ou.
INQ E depois…
INF Ou, se não havia tulhas, [pausa] ficaria lá ensacada [pausa] em qualquer sítio.
INQ Sim senhor. Depois da tulha, para onde é que ela ia?
INF Ah! D- Da tulha [vocalização] seguia lá para, para para o moinho [pausa] para moer. Ia às pedras. As pedras moíam e depois iam ao aperto.
INQ E como é que se chamava aquilo que se tirava depois de ser moído pela, pela pedra?
INF Bagaço.
INQ Era o bagaço?
INF Bagaço, pois.
INQ E que se punha dentro de quê?
INF [pausa] O bagaço? [pausa] O bagaço era metido dentro das seiras que era para ser espremido para vergar o azeite.
INQ Portanto, as seiras aqui tinham um buraco, não era, que se enchia? Não é isso?
INF Sim.
INQ E não havia uns que eram só direitos, que era só para separar?
INF Não.
INQ Não?
INF Não. Quer dizer, [vocalização] eram… Direitos [vocalização] são todos. Mas têm um buraco dum lado [pausa] assim. Isto. Assim, n- neste aspecto. E aquilo era metido ali naquele coiso e as seiras depois eram atiradas para aquele lugar [pausa] em que ficava [pausa] com um coiso assim. [pausa] E depois quando estava lá uma certa conta, vinha o aperto – vinha de cima – [pausa] a apertar aquilo. Aquilo era água ruça para um lado [pausa] e o azeite para o outro. E depois é que ia separando.
INQ Pois.