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CRV49

Vila do Corvo, excerto 49

LocalidadeVila do Corvo (Corvo, Horta)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Felício Feliciano

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INF1 Esta mesa não havia de estar assim, estava era assim.

INQ1 E não havia essa porta. Isso estava tudo

INF1 Não. não tinha aquela porta de além.

INF2 Estava encostada aqui aqui ao fundo.

INF1 Aqui este este frontal não era bem tapado, não era encantilhado como este é. Quando eu vim de fora, trazia um macinho de cigarros na algibeira [pausa] e fui [pausa] o guardar ao da da trave, em cima, que fazia uma ameiazinha. E ele estava assentado e viu. Risos [pausa] Hum! Viu logo a coisa E ele diz-me: "Felício, o que é que tu "? Larga-se e vai e traz o macinho de cigarros. Fez-me o rabo tão negro ! Risos Pegou numa corda e deu-me Deu-me uma surra a este que eu tenho vinte marcas! Risos

INF2 Mas não te tirou o vício!

INF1 Mas não me tirou o vício. Ainda [vocalização] a mim, bateu-me poucas, agora no meu irmão Júlio que está

INF2 No Júlio. Também por causa do fumo.

INF1 Tudo por causa do maldito do cigarro.

INF2 Por causa do fumo.

INF1 Oh, bateu-lhe muitas! E ele nunca o deixou.

INQ1 Mas ele não fumava?

INF1 Mas depois arrependeu-se.

INF2 O teu avô?

INQ1 Cheirava?

INF2 Cheirava e fumava bem. E mascava.

INF1 Mascava. Risos

INF2 As três.

INF1 E depois [pausa] E depois de ser velho [pausa] largou tudo.

INF2 Largou tudo.

INF1 Ele estava além numa loja que era que era do senhor Filipe. E veio uma pequena comprar um canudo de tabaco e levou oito ovos, oito ovos numa tigela de pão. Que eu lembra-me que naquele tempo os ovos era a vinte centavos. E o canudo de tabaco era não sei o quê. [vocalização] Era os oito ovos. Diz: "Ó compadre, não me deu o troco"! "O troco? Não, não troco. É [vocalização] O canudo do tabaco é aque- esses ovos". "É esses ovos"? "É, como paga. E é para quem quer! É para quem quer". levou o tabaco. [pausa] Não quis fiar nada.

INF2 Mas Mas dava muito bem

INF1 Davam oito ovos por um canudo de tabaco. "Ah, eu hei-de comer os ovos e deixar o tabaco". E deixou o tabaco, [pausa] muito bem.

INF2 Mas o que me dava que fazer era ele cheirar uma bocada hoje em casa da Francisca e outro dia em casa do Filipino e outro dia em casa do [vocalização] da tua tia Gabriela, no outro dia, e [vocalização] e aquilo não lhe ter ele feito despertar-lhe o vício e [vocalização]

INF1 Não, não.

INF2 Nunca mais.

INF1 Pois não.

INF2 Nunca mais cheirou.

INQ1 O tio Filinto cheirava?

INF2 O Filodoro, o meu tio-avô, fumava, e cheirava, e mascava, levou pancada como deu.

INF1 Eu tinha um [vocalização] um tio meu um irmão dele na vila . Casou na vila e estava e tinha uma lo- tem uma loja na vila, em Santa Cruz. E ele, por Nossa Senhora, vinha todos os anos visitar o irmão e uma irmã que tinha, que é a mãe desta mulher velhinha que vem aqui, [pausa] Genoveva.

INQ2 Sim, sim.

INQ1 A casa da

INF1 Eles diam pela riba do meu patamar os três. Era de a gente morrer [pausa] a rir, os três juntos! O meu pai, o meu tio e a minha tia Gabriela a dar, a [vocalização] . O meu tio ouvia era o meu pai a dar-lhe assim para baixo na, [pausa] na, na na minha tia, na tia Gabriela. Oh, mas gente! Era Era de a gente ria, ria!


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