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FIS15

Fiscal, excerto 15

LocalidadeFiscal (Amares, Braga)
AssuntoO linho, a lã e o tear
Informante(s) Crescência

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INQ1 Quando estava a fazer isso, o que é que dizia que estava a fazer?

INF Espadelar.

INQ1 E, era para quê, esse espadelar? Portanto, ela tinha vindo

INF Esse espadelar era para que depois [pausa] ficava o fraco Aquilo que era fraco chamávamos-lhe nós os tomentos, que era aquele [vocalização]

INQ1 O mais grosso, mais fraco.

INF aquele mais fraco, que tem que tinha menos fibra e assim , caía para o chão, e o mais duro, a fibra boa, ficava na manada sempre, [pausa] porque aguentava-se com as espadeladas que a gente lhe dava.

INQ1 Sim senhor.

INF E o que era fraco, não tinha fibra, caía ao chão.

INQ1 E espadelavam uma vez ou espadelavam duas vezes?

INF Não, espadelávamos [vocalização] uma.

INQ1 Uma?

INF Quer-se dizer, daquela vez Levava muitas voltas. A gente tinha que botar, pôr primeiro o linho ao sol, e dele bem quentinho, esfregávamo-lo muito esfregadinho até se fosse buscar duas estrigas de cada vez, metia-se uma assim entre [vocalização] os quartos para a ge- para estar quentinho

INQ1 Sim.

INF chamava-lhe a gente para estar quentinho , enquanto espadelava a outra e depois Depois de ele espadelado, depois ainda era outra vez. Então é [vocalização] metia-se ao ripanço. Um ripanço [vocalização]

INQ1 Mais fino do que o outro?

INF Um ripanço Depois não é uma espadela; depois era é um ripanço que tem uns dentinhos eu também tenho.

INQ1 Era Era como este ou era como este assim?

INF Era um É isto.

INQ1 É este de baixo?

INF Este.

INQ1 Portanto, era o sedeiro portanto que tem, que tinha em relação

INF Como este. Um ripanço, tudo isso

INQ1 Pois, mas a diferença em relação ao ripanço que a senhora falou da primeira vez

INF Mas o ri- A primeira vez

INQ1 Era uns pequeninos

INF era um ripanço, e depois o outro é o sedeiro.

INQ1 Ah!

INF É o sedeiro.

INQ2 Senhora Crescência.

INF Desculpe , que agora estava-me a confundir.

INQ2 O ripanço era assim?

INF O ripanço Ora bom, havia quem tivesse assim por um acaso o nosso não era assim , havia quem tivesse assim e depois metiam-no numa tábua e fazia o trabalho. O nosso era uma trave assim comprida, e depois tinha o [vocalização] os dentes metidos na trave e pronto. E a trave dava para prender de coluna a coluna e estava.

INQ1 Em qualquer lado.

INF Era.

INQ1 Sim senhor. Portanto, então era esse É o sedeiro.

INF Isso é o sedeiro. Isso é o

INQ1 Que era o mais fino?

INF É o sedeiro, que é o mais fino.

INQ1 Que era depois de espadelar?

INF Depois de espadelar, ia ao sedeiro, tirava-se a estopa então chamávamos-lhe nós a estopa ,

INQ1 Sim senhor.

INF e ficava o linho. que é linho mesmo fino. Depois fazia-se o linho a um lado e a estopa a outro. Quer-se dizer, depois ao fiar, a estopa [pausa] se tinha de fiar num fiozinho mais grossinho porque não tinha tanta fibra como o linho; o linho quanto mais fininho a gente o pudesse fazer, mais fininho o fazia porque isso esse aguentava-se, porque tinha

INQ1 Rhum-rhum.

INF tinha fibra.


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