INF Por exemplo, isto normalmente é no chão. No chão, quer dizer, terras fortes. Terras fortes já são terras de renovo e terras de trigo. Por exemplo, a terra do trigo também se dá nesses chãos, mas o cereal não quer ser regado.
INQ1 Pois.
INF Não há cereal nenhum que queira ser regado.
INQ2 Rhum-rhum.
INF O pão e trigo e cevada, não quer ser regado. Se o regarem, leva caminho. Ele não cresce. É a única coisa que não quer água.
INQ2 Pois.
INF Agora, o resto, milho, feijões, batatas, assim, isso já gosta da água. Couves e saladas, etc.
INQ2 Pronto, isso é para terra de regadio e a outra é a terra?…
INF É terras secas. Chama-lhe a gente terra seca, que não não pode, não quer água, pronto. Até, se vêm anos molhados, é como a conta que eu já lhe disse: nestes terrenos que não sejam assulcados, que são um bocado molhados, leva caminho. Chocam-lhe as raízes, apodrecem.
INQ1 Pois.
INQ2 Claro.
INF [vocalização] O cereal é a única coisa que não quer água, que não se não se dá nas terras húmidas.
INQ1 Pois.
INF É.
INQ1 Aqui essas terras não lhe chamam terras de secadal? É…
INF Ter- Terras de secadável é as tais que não têm água, as tais do cereal do pão.
INQ1 Exacto.
INQ2 Chamam como?
INF São terras secadáveis, terras secas, terras secadáveis. Terras do renovo já são terras frescas, terras terras com com força e e águas, pronto, as que há. Que há muitas terras que também não têm água,
INQ2 Pois.
INF mesmo se são fundas, boas, e põe-se lá renovo. Não há água, pronto, não há água, mas pronto, já tem a terra um uma certa profundidade, uma de- uma certa frescura, que vão criando renovo sem se regar. Claro, regando, é melhor. Agora, o cereal, não. O cereal praticamente dá-se quase numa fraga. O pão é a única coisa… Pronto, o pão e trigo e cevada, assim de terra [pausa] para seco… Dá-se em terra, pouca terra. Num palmo ou dois de terra, dá-se o cereal. Porque [vocalização] essas fragas, isso que vêem por aí afora, essas terras assim ruins não são não têm chão. São terras… Anda a charrua do animal quase a bater por baixo no roço. Mas o cereal dá-se.
INQ1 Ah!
INF Dá-se, porque, é claro, pasta na flor da terra e o cereal é criado praticamente na época do Inverno e das humidades.
INQ1 Pois.
INF Porque semeia-se no fim do Verão, portanto, agora ainda há nas terras – sim, não é? –, mas agora já está criado. Agora já estamos nas segadas. Já [vocalização] atravessa praticamente a parte do do terreno com mais [nome] a terra. É a razão de se ele fabricar. Porque se fosse posto como o renovo agora daqui para a frente, também não se dava.
INQ2 Não se dava?
INQ1 Pois.
INQ2 Pois claro.
INQ1 … Sim senhor.
INF E é a razão de se ele dar, que apanha o Inverno todo e [vocalização] pronto, e vai. Quando pega a terra a secar, está ele em termos de segar… É agora a altura da ce-, da ce- da ceifeira, de segar as terras, pronto… [vocalização] E é E é isso que se ele dá. É por isso que se ele dá.