INF Porquê? Porque cheirar no dinheiro, não compra uma coisa destas. Eu Ele não tinha o dinheiro suficiente!
INQ Ah!
INF Assim eu tivesse!
INQ Pois.
INF Como ele tinha. E eu também, também comprei esta porque o dinheiro não era pouco. Isto faz de conta que ma deram. [pausa] Deram, foi dada! A máquina que tenho além praticamente foi dada. Eu é que não quis o dinheiro que eu tinha-lhe pago. Deu aqueles que ainda eram mais pobres de que eu. O homem vendeu-ma por um conto de réis, e disse: "Olhe, leve isto por um conto de réis"! "Oh, vende"? "Vendo, sim senhora"! Dei Dei o conto de réis, "O senhor dá de esmola aos pobres"! Não quis o dinheiro!
INQ Ah!
INF E eu disse para o homem, esse sujeito que lá estava, o feitor, [pausa] que ele é que fez para ele me vender isto, e então disse-lhe a ele: "Olhe, dê o senhor [pausa] de esmola – que o senhor faz de conta que já me deu uma esmola a mim –, o senhor dê de esmola a quem o senhor queira". Ele disse: "Então, está bem, senhor Galileu". Ele nem se negou. Ao dia tantos, mandou-me lá, apontou tudo num papel, como havia de ser, que o homem tinha preciso. [pausa] Não tem muito. E então mostrou lá [vocalização] o nome das pessoas que ele tinha dado [pausa] as esmolas aos pobres.
INQ Pois.
INF Porque é um homem muito, muito bom! Para esta igreja que aqui temos, quando ela ali se escangalhou – que ele é muito santanário… E eu, quando eu estive com ele, realmente deu-me assim o coiso de dizer que era assim que também era assim muito santanário, e o gajo foi, deu em coiso disse que eu ia à missa, que eu gostava de ir à missa, e o gajo fez com que o patrão vendesse aquilo por um conto de réis, logo à conta de dar-me. [pausa] E ele então disse que se fosse para outro que não a levava, que ela ficava para aí estragada.
INQ Pois.
INF Nem ele dizia nada ao patrão, para a vender. Já uma vez uns tinham lá ido para a para lha comprar, ele não lha quis vender. "Começaram armados"… Dizia-me ele: "Começaram armados em espertos, eu disse que não se já já não se vendia"! "Já não se vende"! E então lá fui de coiso com ele para aqui e para além, lá ele então lá foi pedir para o para o patrão vender-me aquilo por um conto de réis. E de resto, o [pausa] o patrão nem sequer quis o conto de réis. Mand- Mandou-o dar aos pobres. [pausa] Aqui para esta igreja – como eu ia a dizer –, para esta igreja deu ele oitenta contos. E há anos!
INQ Rhum!
INF Podem ver o que é que ele o homem gosta da da igreja!