MST42

Monsanto, excerto 42

LocalidadeMonsanto (Idanha-a-Nova, Castelo Branco)
AssuntoA agricultura
Informante(s) Ambrósio

O script do Java parece estar desligado, ou então houve um erro de comunicação. Ligue o script do Java para mais opções de representação.


INF Bem, as mulheres trabalhavam quase tanto como o homem: iam n- iam à a água, faziam de comer.

INQ1 Pois. Depois recebiam menos no fim.

INF Pois, depois recebiam menos ao fim. E nas horas asquelas que saía comer, agora saíam umas Aquilo era aos dias ao fazer de comer. Hoje ia iam umas, amanhã vão outras, no outro dia vão outras. E à água também era o mesmo. [pausa] Eram assim rendidas.

INQ2 Olhe e essas pessoas vinham de fora, muitas vezes? Não eram da terra?

INF Ah! Eram todas de Monsanto. Mons- Nós, em Monsanto davam davam deram gente para aqui para aquestas coisas tudo em volta, tudo em volta, apanhar a apanhar as searas.

INQ2 Ai sim?

INF Davam sim.

INQ2 Mas também iam para fora?

INF Não. Bem, [vocalização], por fim é que iam para a Terra Fria, alguns. Mas isso iam os homens. Aquele que tinha vagar é que ia. Vai aqui Apanhavam aqui para Penamacor, para aqui para a Idanha. Aqui nestes [nome] havia gente para tudo!

INQ2 Olhe e eles vinham todos os dias ficar a casa ou ficavam ?

INF Levavam fato, e dormiam no corte.

INQ2 Levavam o quê?

INF Fato, comida, para dormirem. Levavam fato e levavam merenda [pausa] . Bom, levavam logo a merenda nas segundas-feiras [pausa] para toda a semana. Aos sábados é que é que vinham.

INQ2 E o que é corte?

INF O que é o corte? [vocalização] O corte O corte é n-, n-, agora vinha aqui o corte da semente e era ass- e era aqui. O pessoal estava aqui encampado, cortava aqui este bocado todo , [pausa] e depois a semente estava estava mais para além. [vocalização] Daqui mudavam para além [vocalização]. Assim iam mudando assim para o da semente.

INQ2 E ficavam a dormir ali de noite?

INF Ora iam. Mudavam o fato, mudavam logo tudo, arranjavam outras camas. As camas, a gente deitava-lhe um bocado de terra, [vocalização] um bocado d- daquele restolho. Ficava assim, daquela palha que a gente cortava por baixo. Depois arranjavam ali [vocalização] um coiso, arranjavam ali umas camas.

INQ2 E ficavam

INF Pois. [vocalização] No terreno. Andavam agora

INQ2 Com mantas era? Levavam mantas?

INF Pois, então não levavam? Pois, levavam mantas para para se deitarem. [vocalização] Por causa do frio e [vocalização] para dormirem. [pausa] Pois era assim.

INQ1 Era uma vida dura.

INQ2 Era muito pior que agora.

INF Oh, oh. A gente agora é uma fidalga. É uma fidalga. Quando me eu criava, a gente comia pão, daquele pão preto de centeio, [vocalização] e às vezes queria-o a gente mesmo seco e não nem seco a gente o apanhava. E agora a gente não pode comer o trigo, come é o conduto. Naquele tempo, o pão ficava ficava com a côdea de baixo e de cima [pausa] fora, e o miolo ficava despegado, minha senhora. O miolo ficava despegado da da côdea.

INQ2 Mas porquê?

INF [vocalização] Eram as farinhas que não andavam boas está caladinha, anda . As farinhas não andavam boas e depois iam para o forno, e o forno, ao cozer, largava a côdea d- do miolo. Mas isso não era sempre.


Guardar XMLDescarregar textoRepresentação da onda sonoraRepresentação em frases