INF E eu, naquela conversa, naquela conversa, digo assim: "O quê? Vocês estão para aí a falar mas vocês não sabem o que dizem, homem". "Mas homem"… "Ouça lá, homem, explique-me lá isso: como é que as nuvens se formam para chover e como é que elas se desformam? Sim, o tempo está limpo, mas ago- formou-se aqui uma nuvem e [vocalização] foi, foi, foi, foi e choveu. Como foi que essa nuvem se formou? E como foi qu- que adquiriu água para chover"? Responde o tal, o ta- o tal fadista: "As nuvens [pausa] formam-se [pausa] e e chove com o bafo da nossa boca". Começa: "Ha, ha, ha, ha. E formam-se aquelas nuvens com a saliva. É as pingas de água". Digo eu: "Sim. É verdade. Acredito. Porque no dia da feira de Agosto, em Portimão, [pausa] o pessoal é muito; começa tudo a bafejar, a bafejar, com o calor e forma-se aquelas tempestades e aquelas tempestades e chove. E Como no Inverno, anda a gente – toda a gente – com o bafo encolhido, por isso não chove". E fui-me embora. Oh, pois é claro. Ora, é claro, se as nuvens se formam [pausa] e [vocalização] e vai, vai, vai e se dispersam. Às vezes, começo eu assim a olhar – formou-se, além, umas nuvenzinhas – começo eu a olhar , a olhar, a olhar, a olhar, a olhar e vai, vai: se umas, se é para se formar, vão-se f- formando maiorzinhas e outras vai, vai, vai, vai, vai, desfaz-se em vento e [vocalização] pff, ficou sem nada. Mas e-, sobre isto também eu tenho olhado para muito. Mesmo o céu está alto, mas o meu olho ainda [vocalização]… De maneira que eu não sei. Ora [vocalização], andandem na escola, [pausa] se é que o professor [pausa] onde é que, que eles com quem eles estudaram, se é que ensinou [pausa] aquilo [pausa] assim, [pausa] pois não tenho dúvida que é um professor inteligente.