INQ O que é a rabaça?
INF1 É uma espécie do agrião, mas rebenta a quem a come.
INQ Ah!
INF1 Quem come o agrião, aquilo é uma espécie venenoso.
INQ Sim senhor.
INF2 Como é aquela rabacinha que serve de mezinha.
INF1 Serve.
INQ A rabacinha?
INF1 A rabacinha.
INQ Como é que é? É parecida com a rabaça ou não?
INF2 É igual.
INF1 É igual. É também igual.
INQ Mas que serve de mezinha para quê?
INF2 Para o gado [pausa] .
INF1 Para fazer um [vocalização] um chá, para fazer um [vocalização] uma coisa qualquer, para dar ao animal.
INQ Mas para o animal…?
INF1 Beber.
INQ Mas quando ele tem o quê?
INF1 Quando tem uma dor ou tem uma coisa qualquer, a gente depois dá.
INF2 Um tinha um mal nos [vocalização] entrefolhos [pausa] e, então, dei-lhe aquela mezinha. [pausa] Foi um bocado de vela de cera de igreja derretida assim, [pausa] aí umas duzentas e cinquenta de azeite, [pausa] cinco ovos. [pausa] Tudo batido, tudo mexido. [pausa] Aí uma espécie de seis do volume de seis figos [pausa] de triaga nossa.
INQ De quê?
INF2 Triaga nossa, torrada, feita em polme, que fica tudo naquele caldo.
INQ Não sei o que é.
INF2 Ora, é cocó.
INQ Ah!
INF1 É fezes, pronto! É fezes.
INF2 E, tudo mexido e, depois, dar a beber ao animal [pausa] com a tal [pausa] rabacinha.
INQ Pois.
INF2 Que a gente planta-as aqui [pausa] e sustém-se bem aqui. Não aqui, que aqui sustém-se muito calor. Mas aquilo …
INF1 Aqui não, aqui não. Aqui, quando tiver quando se aguenta aqui, pode-se beber, pode-se fazer tudo perfeitamente.
INF2 De maneira que o animal começou a beber, a beber, a beber, a beber, bebeu aquilo, começou a encher, a encher, a encher, a encher … [pausa] olhe, não tinha mais pele. O homem disse-me logo – o Acílio – disse logo: "Você há-de desconfiar, mas olhe que ela tem de se pôr boa. Ela não sabe onde é que vai buscar pele para encher de vento". Esteve aí obra de [vocalização] uma meia hora até, talvez, muito gorda, muito cheia – pois ela estava magrinha, mas encheu a pele, arredondou tudo!
INF1 Esticou, esticou a pele.
INF2 Esticou. Assim começou a abater, a abater, a abater [pausa] e ficou boa. Porque [vocalização]
INQ Ficou boa, foi?
INF2 Ficou boa.
INQ Foi?
INF2 Com o tempo, pôs-se boa. Que foi o animal daquela qualidade de gado vacum que eu vi vomitar foi aquela vaca. Conforme comia as [vocalização] camisas de milho [pausa] –
INF1 Fatal.
INF2 assim inteiras e, depois, ao remoer é que remói – e então assim, conforme as comia, assim as deitava fora. E eu fiz esta fala e [vocalização] aqui o [vocalização] Doutor Acrísio , [pausa] eu disse que haviam três qualidades de animal que remoíam e diz ele: "Não, há quatro". Ele disse-me: "Há quatro".
INF1 Há a cabra, [pausa] a ovelha, [pausa] há o boi.
INF2 É a cabra, a ovelha, [pausa] e o boi e o [vocalização] elefante.
INF1 E o elefante não sabia eu.
INF2 Pois ele é que me disse que o elefante que remói, tal e qual como a rês.
INF1 Sim, isso não sei eu. Agora, estas três sabia eu.
INF2 Pois, ele disse-me que eram quatro. E [vocalização], diz ele que são essas quatro espécies de animal que tem folho e entrefolho.
INQ Pois.
INF2 Que era o mal da vaca era no entrefolho.